(do Transparência SP)
A "pisada no freio" dos investimentos no Estado de SP não mereceram destaque na grande imprensa brasileira. Talvez porque um orçamento de R$ 150 bilhões não seja importante. Em contrapartida, qualquer redução dos investimentos federais ganha "capa" de jornal. Pior ainda: promessas de investimentos do governo Alckmin para 2018 ou 2022 também recebem destaque. Enquanto isso, atrasos nas obras do Metrô, do combate às enchentes, da habitação e do saneamento não parecem importante.
Veja abaixo uma das poucas reportagens que destacaram a execução orçamentária do governo paulista em 2011.
Também apresentamos a tabela com o detalhamento dos investimentos e inversões financeiras (repasses para as empresas estatais investirem) em 2011, na comparação com 2010.
Considerando os investimentos diretos e as inversões financeiras, o corte foi ainda maior: R$ 4,3 bilhões.
Também apresentamos a tabela com o detalhamento dos investimentos e inversões financeiras (repasses para as empresas estatais investirem) em 2011, na comparação com 2010.
Considerando os investimentos diretos e as inversões financeiras, o corte foi ainda maior: R$ 4,3 bilhões.
Em 2011, Alckmin cortou R$ 3,5 bilhões em investimentos
(do ABCD Maior)
No primeiro ano de seu mandato, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), reduziu em 55% os investimentos em todo o Estado. Levantamento baseado em dados do Sigeo (Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária do Estado), compilados pela liderança do PT na Assembleia Legislativa, apontam redução de R$ 3,56 bilhões entre janeiro e outubro de 2011 se comparado com o mesmo período de 2011.
Os cortes atingem praticamente todas as secretarias. Algumas delas afetam áreas sensíveis e de interesse direto da população. Exemplo disso ocorre na saúde pública. Se no ano de 2010 o governo paulista aplicou R$ 391,7 milhões na Saúde, Alckmin reduziu o investimento para R$ 205,5 milhões. Ou seja, R$ 186,1 milhões a menos.
Corte ainda maior atingiu a Educação. A Pasta sofreu redução de 77% nos investimentos entre 2010 e 2011. Assim, as escolas do Estado receberam apenas R$ 28 milhões neste ano. Em 2010, foram repassados R$ 124,5 milhões para a educação.
Segurança Pública e Habitação também tiveram redução. Os investimentos para garantia da segurança dos paulistas tiveram corte de 62,6%. No ano passado, o repasse para a Secretaria foi de R$ 194,6 milhões; em 2011, o valor ficou em R$ 72,7 milhões. Na habitação a redução foi de 39,6 milhões.
Meio Ambiente- Apesar dos propagados investimentos, a questão ambiental também sofreu com os cortes. No espaço de tempo de apenas um ano, Alckmin diminuiu em R$ 42 milhões os repasses para a Secretaria de Meio Ambiente, que recebeu, em 2011, apenas R$ 6,3 milhões.
"Este é o modo tucano de governar: em 2010, ano eleitoral, eles investem de maneira agressiva. Depois, nos anos subsequentes, puxam o freio. Quem paga a conta, no final, é a população", afirma o deputado estadual Carlos Grana (PT).
O líder do PSDB na Câmara, Orlando Morando, foi procurado, mas não respondeu à reportagem. A assessoria de imprensa do governo de São Paulo não retornou aos questionamentos até o fechamento desta edição.
SOCIAL - As áreas que tratam os projetos sociais foram as mais afetadas. O maior corte foi na Secretaria de Desenvolvimento Social, que perdeu quase todo seu orçamento, de R$ 32,7 milhões em 2010, para R$ 83 mil em 2011. Outras áreas que já possuem baixo orçamento tiveram redução parecida.