(do Transparência SP)
Aos poucos a ofensiva 'marketeira' do governo estadual vai passando e a grande imprensa vai elaborando uma análise crítica das promessas de investimentos que estão no Plano Plurianual de Alckmin (2012/2015).
Na matéria abaixo fica claro que a área de transporte, privilegiada pelos investimentos, possui promessas já feitas no passado por Covas, Alckmin e Serra.
A eficiência gestora propalada pela grande imprensa não possui fundamento.
Plano de Alckmin tem promessas de Covas
Quatro obras previstas pelo governador até 2015 já constavam em projeto de padrinho político até 2003(do O Estado de São Paulo, por Fábio Leite)
Ao menos quatro grandes obras que a gestão Geraldo Alckmin (PSDB)  incluiu no seu Plano Plurianual (PPA) para os próximos quatro anos já  estavam previstas para serem feitas ou iniciadas há 11 anos, pelo  governo de Mário Covas (morto em 2001), de quem Alckmin era vice e  afilhado político. O Palácio dos Bandeirantes informou que todos os  projetos estão em andamento e serão concluídos nos prazos previstos no  PPA.
Uma delas é a Linha 6-Laranja do Metrô, que ligará a estação São  Joaquim, da Linha 1-Azul, na zona sul, à Brasilândia, na zona norte. O  PPA de Covas, de 2000 a 2003, previa conclusão da linha em 2002. Agora, o  PPA produzido pelo governo de Alckmin reedita o projeto, mas com  execução mais conservadora: prevê apenas 31% do trecho concluído até  2015. As obras ainda não começaram. 
No caso da Linha 4-Amarela, o plano de 2000 previa a construção de  15,9 km de linha entre a estação da Luz e Taboão da Serra em cinco anos.  Até 2003, o objetivo era fazer 84,49% do trecho, segundo o PPA daquela  gestão. Mas as duas primeiras estações da Linha 4 – Paulista e Faria  Lima – só foram inauguradas em maio de 2010. De lá pra cá, outras duas  entraram em funcionamento: Butantã e Pinheiros. 
E a previsão é entregar mais duas no próximo dia 15: Luz e República.  Para o futuro, o atual PPA projeta a realização de 87% do trecho até a  Vila Sônia, na zona oeste, totalizando 12,8 km de linha, e apenas 2% da  extensão até Taboão da Serra.
Outras duas obras com execução prevista no PPA de Covas e que voltam  como plano no PPA de Alckmin são a Linha 5-Lilás do Metrô e trechos do  Rodoanel ([ITALIC]veja ao lado[/ITALIC]). No caso do metrô, Covas previu  para o período de 2000 a 2003 implantar os dois trechos que compreendem  o trajeto do Capão Redondo à Chácara Klabin, na zona sul. No caso do  Rodoanel, o objetivo era executar os trechos Norte, Sul e Leste,  equivalentes a 130 km de extensão. 
Das promessas, apenas o trecho Capão Redondo-Largo 13 foi inaugurado,  em outubro de 2002. Agora, o PPA de Alckmin projeta executar 93% do  trecho até a Chácara Klabin. Quanto ao Rodoanel, o trecho Oeste foi  inaugurado em outubro de 2002, e o Sul, apenas em março do ano passado. O  novo plano, por sua vez, prevê o trecho Leste para 2014 e 50% do Norte  até 2015.
Alckmin, aliás, já havia previsto no PPA 2004-2007, elaborado no seu  segundo governo (que foi de janeiro de 2003 a março de 2006), construir  100% do anel viário naqueles quatro anos. Já o PPA 2008-2011, do governo  José Serra/Alberto Goldman (PSDB) previa para até o fim deste ano a  conclusão do trecho Leste, cujo início das obras só foi anunciado no mês  passado por Alckmin, em seu terceiro governo.
Tanto Alckmin – no segundo governo – quanto Serra também previram  concluir em quatro anos o Expresso Aeroporto, linha de trem ligando o  centro paulistano ao Aeroporto de Cumbica, na cidade de Guarulhos. A  obra, que ainda está no papel, volta a aparecer no novo PPA com  conclusão prevista até 2015.
Ficção e prioridade
Para o líder do PT na Assembleia Legislativa, Ênio Tatto, os PPAs do governo têm sido “peças de ficção”. “Todos os PPAs lançam grandes pacotes de investimentos, com metas enormes que criam impacto positivo. Mas depois de quatro anos, a gente vê que não se cumpre nem metade daquilo que estava previsto”, afirma.
Por sua vez, o líder do governo na Casa, Samuel Moreira (PSDB), argumenta que o PPA apenas aponta “prioridades” do governo. Segundo ele, “é preciso levar em conta que existem variáveis, como situação econômica, entraves ambientais e repasses de recursos federais, que podem resultar no cumprimento ou não do que é apontado”.
Para o líder do PT na Assembleia Legislativa, Ênio Tatto, os PPAs do governo têm sido “peças de ficção”. “Todos os PPAs lançam grandes pacotes de investimentos, com metas enormes que criam impacto positivo. Mas depois de quatro anos, a gente vê que não se cumpre nem metade daquilo que estava previsto”, afirma.
Por sua vez, o líder do governo na Casa, Samuel Moreira (PSDB), argumenta que o PPA apenas aponta “prioridades” do governo. Segundo ele, “é preciso levar em conta que existem variáveis, como situação econômica, entraves ambientais e repasses de recursos federais, que podem resultar no cumprimento ou não do que é apontado”.
Sobre as metas não cumpridas em gestões anteriores, o tucano afirma que “é natural que elas sejam colocadas novamente” no plano.