Editorial TSP Educação Eleições Contas Públicas Imprensa Política Precatórios Privatizações Saneamento Saúde Segurança Pública Servidores Transporte
Agora São Paulo Assembléia Permanente Brasília Confidencial Carta Capital Cloaca News Conversa Afiada Cutucando de Leve FBI - Festival de Besteiras na Imprensa Jornal Flit Paralisante NaMaria News Rede Brasil Atual Vi o Mundo
Canal no You Tube
Agora São Paulo Assembléia Permanente BBC Brasil Brasília Confidencial Carta Capital Cloaca News Conversa Afiada Cutucando de Leve FBI - Festival de Besteiras na Imprensa Jornal Flit Paralisante NaMaria News Rede Brasil Atual Reuters Brasil Vi o Mundo

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Povo de SP e torcida pagarão custo do Fielzão

/ On : segunda-feira, junho 27, 2011 - Contribua com o Transparência São Paulo; envie seu artigo ou sugestão para o email: transparenciasaopaulo@gmail.com
Dirigentes do clube disseram a deputados que engenharia financeira está resolvida
Gustavo Alves, do R7




O deputado federal Romário disse que a Copa do Mundo de 2014 seria marcada pelo “jeitinho brasileiro”. Pelo menos em São Paulo, a frase já mostrou ser verdadeira. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, deu o seu “jeitinho” para construir o estádio da abertura do Mundial sem colocar a mão no bolso. Pior: dividiu a conta da obra do Fielzão entre a população da cidade, a torcida do Timão e os sucessores na presidência do clube.

Além dos R$ 420 milhões em incentivos fiscais que vai ganhar do prefeito Gilberto Kassab, a diretoria de Andrés ainda vai comprometer 40% da renda de todos os jogos do Corinthians no Fielzão por 25 anos, ou seja, até 2036, para pagar a construção. A conta é simples. Segundo o que diretores corintianos prometeram a deputados federais, que foram visitar as obras em Itaquera em 16 de junho, a engenharia financeira da construção já está definida. O valor total não passará de R$ 700 milhões. Destes, R$ 400 milhões serão pagos com o empréstimo do BNDES e os outros R$ 300 milhões virão dos incentivos fiscais que Kassab dará ao Corinthians. A prefeitura conta com a desvalorização dos CIDs (Certificados de Incentivos ao Desenvolvimento), que perdem valor quando negociados com outras empresas. Aí já aparece uma séria contradição. O diretor de marketing corintiano, Luis Paulo Rosenberg, sempre anunciou com orgulho que “pagaria cada real” do empréstimo do BNDES com a venda do nome do estádio para alguma empresa. Em entrevistas, ele afirmou que conseguiria R$ 300 milhões na operação. Só que o tempo passou e Rosenberg viu que não seria tão fácil negociar os naming rights (direitos do nome, em inglês) da arena, ainda que seja, talvez, a da abertura da Copa. A saída foi comprometer 40% da renda de todos os jogos do time no novo Fielzão por 25 anos. Ou seja, além de o clube não pagar, passou a conta para a torcida e os sucessores de Andrés na presidência do clube até 2036. Em uma conta rápida, feita com valores registrados no site da CBF, pode-se observar que realmente será possível pagar o BNDES com a renda de 25 anos de jogos do time. Segundo a CBF, a média de arrecadação do Corinthians em casa no Brasileiro de 2010 foi de R$ 899 mil reais, em 18 jogos. Se pegarmos o mesmo valor e o mesmo número de jogos para o primeiro semestre, quando o clube disputa o Paulistão, amistosos de pré-temporada e Libertadores ou Copa do Brasil, teremos 36 jogos em casa em um ano.

Quarenta por cento de R$ 899 mil = R$ 360 mil. Se fizermos esse valor vezes 36 partidas, teremos aproximadamente R$ 12 milhões por ano gastos apenas para pagar o BNDES. Durante 25 anos, o total, por cima, fecha em R$ R$ 325 milhões arrecadados com a torcida do clube, que fica bem próximo do empréstimo de R$ 400 milhões. Como haverá oscilação entre os valores dos CIDs e das arrecadações do clube, a conta será fechada. Porém, a bomba cairá nas mãos dos próximos presidentes do Corinthians. Se o clube não mantiver equipes competitivas que participem de competições importantes, a torcida pode não comparecer em massa e o clube deixará de arrecadar o que foi previsto nesta conta. Graças a Andrés Sanchez, os próximos oito mandatos de presidentes do Corinthians terão cerca de R$ 12 milhões por ano a menos para contratar equipes competitivas e atraentes para o torcedor. Clube já conta com R$ 420 milhões em incentivos Apesar de o projeto de incentivos ainda não ter sido aprovado pelos vereadores de São Paulo, o Corinthians já disse aos deputados que o valor servirá para bancar quase metade da construção do estádio. O processo foi agilizado após visita de Andrés à Câmara Municipal no dia 21 de junho. O Projeto de Lei 288/2011 foi lido no plenário da Câmara Municipal na última terça-feira (21) e encaminhado no mesmo dia à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para avaliação. 
O vereador Aurélio Miguel (PR) pediu vista do projeto e recebeu, de acordo com o Regimento Interno da Câmara, prazo de dois dias para estudar o texto. Dessa forma, o projeto voltará à pauta da CCJ na reunião da próxima terça-feira (28). Se nenhum outro parlamentar pedir vista da matéria, ela deverá ser levada para primeira votação em plenário ainda na terça. A intenção da maioria dos vereadores é aprovar o projeto no máximo até a próxima semana. 

O R7 ouviu especialistas em finanças públicas, que afirmam que esse tipo de incentivo é dinheiro público. 

Com esse valor de R$ 420 milhões, seria possível construir 787 unidades de saúde, de acordo com dados do Ministério da Saúde, ou então 420 creches ou mesmo 100 escolas de ensino fundamental, segundo a Secretaria Municipal de Educação. Nesses itens, as realizações da prefeitura estão aquém das promessas de campanha da reeleição de Kassab, em 2012.

Privatizações

Privatizações
Memórias do Saqueio: como o patrimônio construído com o trabalho e os impostos do povo paulista foi vendido
 
Copyright Transparência São Paulo - segurança, educação, saúde, trânsito e transporte, servidores © 2010 - All right reserved - Using Blueceria Blogspot Theme
Best viewed with Mozilla, IE, Google Chrome and Opera.