A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) já havia alertado em novembro de 2010 autoridades do Estado de São Paulo sobre o vídeo que mostra delegados da Corregedoria da Polícia Civil despindo, durante uma revista, uma escrivã suspeita de corrupção.
Mesmo com o alerta de Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, a Secretaria da Segurança Pública só afastou os três delegados anteontem, após a divulgação do vídeo de operação, ocorrida em junho de 2009.
Os delegados afastados Eduardo Henrique de Carvalho Filho, Gustavo Henrique Gonçalves, Emílio Antonio Pascoal e Renzo Santo Barbin negam o abuso.
Hoje, segundo Marcos da Costa, vice-presidente da OAB-SP, a entidade irá pedir novamente esclarecimentos sobre os ofícios enviados.
A Secretaria da Segurança Pública, por meio de nota oficial, disse que o secretário, Antonio Ferreira Pinto, recebeu o material enviado pela OAB da Casa Civil do governo em 22 de dezembro.
“Ao identificar o material como sendo de interesse da Corregedoria da Polícia Civil, Ferreira o enviou para este órgão em 22/12/10, cumprindo sua obrigação funcional.”
Ainda segundo a nota, o “secretário não assistiu o conteúdo do vídeo naquela ocasião e, na data em que o vídeo chegou à secretaria, o fato já havia sido investigado pela Corregedoria e arquivado pelo juiz em 19 de novembro de 2009″.
Anteontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o vazamento do vídeo na internet era “grave”.
Na nota, a assessoria afirma ainda que o secretário oficiou o Ministério Público Estadual, “manifestando perplexidade com o arquivamento do caso.”
Folha.com