Em meio ao caos provocado pelos sucessivos apagões na Grande São Paulo, o governo do Estado encontrou uma “brilhante” solução: que os grandes consumidores, como shoppings e indústrias, invistam em sua própria energia.
A secretaria de Energia, inclusive, já encaminhou pedido para a Pasta da Fazenda realizar estudos para viabilizar incentivos fiscais na compra de geradores de energia movidos a etanol combustível.
O governo de São Paulo deveria exigir qualidade no fornecimento da energia, e não estimular a fuga de grandes consumidores, afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres).
"Os consumidores possuem contrato e pagam para ter assegurado o fornecimento. Não faz sentido estimulá-los a procurar uma alternativa", diz Pedrosa.
No último dia 8 de fevereiro, uma pane numa subestação de energia deixou 2,5 milhões de pessoas sem luz, a maior parte da zona sul da capital, e provocou um efeito cascata em quase toda a cidade e na Grande SP.
Segundo o próprio governo estadual, pelo menos até o final do ano o risco de novos apagões não está descartado nas zonas sul e norte da capital e no ABC paulista.
As quedas têm sido frequentes. Na tarde de ontem (22/02), 26 horas depois do temporal de segunda-feira, ainda havia diversas ruas com falta de energia na cidade de São Paulo.
O plano secretário de Energia do Estado, José Aníbal, é considerado um equívoco por especialistas, por estimular a ineficiência energética, econômica e ambiental.
Muitos empreendimentos já estão migrando para os geradores a gás. Além de escaparem dos apagões, acabam economizando, já que hoje se paga caro por um serviço ruim.