Quarteirização da saúde em São Paulo prejudica atendimento à população
Ao contrário do que é propagandeado pelos tucanos, que durante a gestão do ex-governador José Serra promoveu uma verdadeira onda de privatização do sistema público estatal, as Organizações Sociais de Saúde (OSs) realizam uma má gestão dos recursos. “Dos 13 hospitais gerenciados por OSs, 11 tiveram déficit, algumas em mais de 10%”, denuncia o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (Sindsaúde) Angelo D’Agostini. Estes déficits são pagos por empréstimo bancário, cobertos no ano seguinte na renovação do contrato.
“O contrato estabelece um valor, capaz de cobrir certo número de procedimentos. Quando há déficit, no ano seguinte este valor é aumentado”, explica D’Agostini.
A terceirização da saúde no Estado de São Paulo rendeu às OSs, em 2009, um pagamento extra que teria chegado a R$ 178 milhões. Esse valor seria a somatória dos repasses previstos nos contratos de gestão firmados pelo governo do Estado com entidades que administram hospitais e que, supostamente, oferecem "qualidade no serviço". Vale destacar que esse montante, referente a 10% do valor total dos contratos e pago parceladamente, não está ligado ao cumprimento de metas de atendimento em emergência ou consultas. É um valor pago porque o Estado considera que as entidades são competentes no que fazem.
Quarteirização
Outro problema apontado pelo Sindicato é a uma quarteirização dos serviços de atendimento. Segundo o diretor do Sindsaúde, em geral uma OS assume a gestão de um hospital, que se torna então terceirizado. E este hospital contrata serviços de laboratório, que também é gerido por uma OS. “Nós chamamos o Hospital do Mandaqui (na Capital) de Shopping Center da saúde, porque cada serviço prestado foi entregue a um gestor diferente”, conta.
Embora o governo do Estado argumente que as OSs agilizam a administração, D’Agostini afirma que elas prejudicam o atendimento à população, pois direcionam sua atuação para os procedimentos mais lucrativos.
“Em 2008, os hospitais Pedreira e Santa Catarina (também na Capital), por exemplo, reduziram em mais de seis mil o número de primeiras consultas, consultas subsequentes, pediatria e obstetrícia contratadas e aumentou em mais de 600 o número de cirurgias”, conta.
*com informações do site Brasília Confidencial
extraído de: Assembléia Permanente