Editorial TSP Educação Eleições Contas Públicas Imprensa Política Precatórios Privatizações Saneamento Saúde Segurança Pública Servidores Transporte
Agora São Paulo Assembléia Permanente Brasília Confidencial Carta Capital Cloaca News Conversa Afiada Cutucando de Leve FBI - Festival de Besteiras na Imprensa Jornal Flit Paralisante NaMaria News Rede Brasil Atual Vi o Mundo
Canal no You Tube
Agora São Paulo Assembléia Permanente BBC Brasil Brasília Confidencial Carta Capital Cloaca News Conversa Afiada Cutucando de Leve FBI - Festival de Besteiras na Imprensa Jornal Flit Paralisante NaMaria News Rede Brasil Atual Reuters Brasil Vi o Mundo

terça-feira, 23 de julho de 2013

As diversas fases das manifestações de junho

/ On : terça-feira, julho 23, 2013 - Contribua com o Transparência São Paulo; envie seu artigo ou sugestão para o email: transparenciasaopaulo@gmail.com
(do Transparência SP)

Conforme o tempo vai passando, podemos fazer uma análise mais profunda do que se passou no Estado de SP e no país no mês de junho.
As manifestações de massa observadas, com certeza, foram múltiplas em seus objetivos, grupos participantes, aspirações e desejos. Todos misturados e ao mesmo tempo. Apesar do caráter horizontal, sem lideranças claras e do papel importante das redes sociais na mobilização, é certo que tais mobilizações passaram por algumas fases. Em cada fase podemos identificar que certos grupos e determinadas pautas passaram a predominar.

1) No início foi o pessoal do MPL (Movimento do Passe Livre) e diversos setores da juventude organizada, com a pauta dos transportes públicos mais baratos e de melhor qualidade.

2) Com a violentíssima repressão da PM aos manifestantes no dia 13 de junho de 2013 em São Paulo, o movimento ganhou o Brasil e o Mundo, provocando uma gigantesca manifestação na segunda-feira, dia 17 de junho, quando mais de 300 mil pessoas foram às ruas da capital paulista protestar pelo transporte público de qualidade e contra a violência e repressão policial e midiática (já que a Globo, através de Arnaldo Jabor, chamava os manifestantes de vândalos e terroristas). Apesar do recuo do comentarista global, os protestos se dirigiram para o Palácio dos Bandeirantes e para a sede da Rede Globo em SP.

3) A grande imprensa percebeu o tamanho do estrago e tratou de agir rapidamente, atuando através das televisões, rádios, jornais, revistas e redes sociais, apoiando as manifestações e provocando outras pautas, muitas delas ao gosto dos setores da "classe média conservadora". Críticas aos gastos da "Copa do Mundo", à PEC 37, aos altos impostos, à corrupção no país e manifestações que pregavam a mudança total -  movimento que surgiu nos Estados Unidos ("#change Brazil") - passaram a ocupar o centro das manifestações, dominadas agora por grupos de "centro direita". Manifestações por saúde e educação pública de qualidade também ganharam destaque, algumas vezes nas mãos de grupos ou indivíduos progressistas, outras vezes como tática diversionista dos setores conservadores. Em cidades médias e grandes do interior do Estado, foram as escolas particulares que liberaram seus estudantes para sustentarem as manifestações, com pautas que nada tinham de progressistas. Os discursos contra a política e contra os partidos ou movimentos organizados ganharam cada vez mais espaço, indicando o predomínio de posições de cunho fascista. A violência passou a tomar conta do final de quase todas as manifestações, com o protagonismo de "pitboys", grupos paramilitares, anarquistas, provocadores internacionais, quadrilhas de assaltantes e vândalos diversos. O vandalismo na Assembléia Legislativa do RJ no dia 17 de junho e na Prefeitura de São Paulo e no centro da capital paulista no dia 18 de junho, bem como no Palácio do Itamarati em Brasília no dia 20 de junho, são os momentos mais emblemáticos desta fase.

4) A este período, seguiu-se uma fase de disputa total de todos os grupos políticos pela pauta das "manifestações de massa". Principalmente a partir do dia 20 de junho, diversos setores à esquerda voltaram a se organizar e buscaram ocupar espaços nas ruas, ainda hegemonizadas por grupos à direita. A passeata da vitória na Avenida Paulista, em São Paulo, demonstrou esta disputa por espaço, ainda com a predominância de grupos conservadores de diversas matizes. A própria grande mídia voltou a ser atacada - uma outra onda da "segunda fase" - principalmente a Rede Globo, que foi "proibida" por manifestantes de cobrir os eventos. Teve que enviar repórteres à paisana e cobrir as manifestações dos helicópteros e do alto de edifícios.

5) A última fase representa o fim das "manifestações de massa", com grupos organizados se manifestando de forma separada. Esta fase iniciou-se antes em São Paulo e Brasília e depois no Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Aqui pudemos ver desde grupos direitistas pregando a volta dos militares ao poder (Partido Militarista do Brasil), médicos corporativistas contrários aos médicos estrangeiros, promotores exigindo o fim da PEC 37, moradores do Leblon exigindo o "#change brazil" e grupos paramilitares barbarizando a zona sul carioca, até as centrais sindicais organizando o Dia Nacional de Lutas (já no dia 11 de julho) - com apoio de outras entidades de centro esquerda -, os movimentos na periferia de São Paulo por políticas públicas de melhor qualidade e os movimentos pela democratização da mídia, ocupando as ruas em frente aos prédios da Rede Globo.

O saldo de todos os protestos também é diversificadado.
Os aspectos positivos foram: o povo voltou a mostrar sua força protagonista nas ruas, as passagens de transporte público ficaram mais baratas em quase todo o país, a reforma política com radicalização da democracia entrou mais forte na pauta nacional e a grande mídia também foi para a "berlinda".
Os aspectos negativos: a grande mídia segue mostrando sua força - inclusive sobre as redes sociais -, grupos de direita e ultra-direita agora ganharam as ruas e "legiões" de jovens despolitizados mostraram-se presas fáceis para o conservadorismo.

Politizar é preciso. Recuar não é mais possível. Radicalizar a democracia já.

Privatizações

Privatizações
Memórias do Saqueio: como o patrimônio construído com o trabalho e os impostos do povo paulista foi vendido
 
Copyright Transparência São Paulo - segurança, educação, saúde, trânsito e transporte, servidores © 2010 - All right reserved - Using Blueceria Blogspot Theme
Best viewed with Mozilla, IE, Google Chrome and Opera.