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domingo, 3 de junho de 2012

Metrô de SP prefere gastar com reforma ao invés de comprar trens novos

/ On : domingo, junho 03, 2012 - Contribua com o Transparência São Paulo; envie seu artigo ou sugestão para o email: transparenciasaopaulo@gmail.com
(do Transparência SP)

Em tempos de caos nos transportes em SP, a denúncia abaixo é grave. Ela revela um dos motivos de porque não sobra dinheiro para ampliar a rede de metrô na cidade na velocidade necessária.
Ao invés de comprar trens novos, o Metrô preferiu reformar trens gastando mais de 80% do preço de um novo. O prazo de entrega e as garantias seriam praticamente as mesmas.
Além do problema do preço, a grande diferença é que os trens reformados tiveram assentos retirados, permitindo transportar mais passageiros em pé. É a solução tucana para a superlotação do Metrô.
Esta reportagem exibida pelo Jornal do SBT revela outra coisa: a "blindagem do governo paulista por parte dos quatro grandes grupos de comunicação".
A Globo recebeu a denúncia, mas preferiu "engavetar". O Estadão, a Folha e a Veja preferem não repercutir. É assim que se busca manter a falsa imagem de governo sério e competente.


(do blog SPRESSOSP)

Metrô gasta em reforma de vagão quase o mesmo que comprar novo

Da Redação

Após receber uma denúncia e investigar o caso por sete meses, o deputado estadual Simão Pedro (PT) apresentou na última segunda-feira , 28/05, uma representação à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da Capital, que aponta indícios de favorecimento para que um conluio de empresas ganhassem a licitação para reforma dos trens. As obras seriam nas linhas 1 (Azul) e 3 (Vermelha) com um custo final 86% de um trem novo. O Ministério Público já está investigando o caso.
Um vagão novo custa quase o mesmo do que reformar um antigo (Foto: Flickr Blog do Milton Jung)
De acordo com a representação do parlamentar, o Metrô abriu em 2009 uma concorrência para reformar 96 trens em um valor total de R$ 1,75 bilhão. Segundo contratos oficiais, um trem novo custa R$ 23 milhões e o reformado sai por R$ 17 milhões. Para o deputado isso traz problemas diretos para a população, que terá que conviver por muito tempo com essas composições devido ao pouco avanço do metrô.
Outro grave artifício da licitação de 2009, de acordo com o texto do deputado e questionamentos do Tribunal de Contas do Estado, é que o edital não foi aberto também para empresas estrangeiras, o que reduziria a competitividade e traria prejuízos ao Estado, principalmente pelo fato de que cerca de 50% das peças para a reforma das composições são importadas.
O deputado também calcula um desperdício de R$ 70 milhões pela obra ter sido dividida em quatro lotes, já que assim o Metrô teve que arcar com os gastos de quatro projetos executivos, ao invés de apenas um. Outra questão diz respeito exatamente a compra dos produtos importados. Com a concorrência fechada para empresas brasileiras, a licitação fixou uma taxa de câmbio muito alta (Euro a R$ 3,30 e Dólar a R$ 2,20), quando todas as análises mostravam que o Real iria se valorizar, como de fato ocorreu. Apenas isso causou um prejuízo, até o momento, de cerca de R$ 40 milhões podendo chegar a R$ 120 milhões até o final do contrato.
No contrato, há uma cláusula de reequilíbrio econômico-financeiro, se taxas variassem 10% a mais ou a menos. Mesmo assim, segundo o deputado, o Metrô não solicitou o reequilíbrio, o que pode configurar em crime de responsabilidade administrativa.
Assim como a investigação e apuração de todos os processos licitatórios do projeto de modernização dos trens das Linhas 1 e 3, bem como a apuração dos respectivos contratos, o deputado Simão Pedro também pede que todos os contratos sejam suspensos até que as investigações terminem.

Privatizações

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