(do Transparência SP)
O governo paulista também "bebeu" na "Cachoeira".
Segundo o governador Alckmin, os contratos da Delta com o governo paulista eram "ínfimos".
Agora revela-se que a história não é bem essa.
A Delta teve pelo menos 27 contratos com o governo do Estado de SP de 2002 a 2011, principalmente com o DER, o DAEE e a SABESP.
Os valores corrigidos chegam a R$ 943,2 milhões.
Como não foi possível obter o valor de dois contratos, é possível que as cifras atinjam mais de R$ 1 bilhão.
Entre as obras de maior destaque realizadas pela Delta, está um lote da polêmica Nova Marginal Tietê.
Vale lembrar que tal obra tinha um valor inicial de R$ 1 bilhão, mas segundo reportagem do Estadão, já havia atingido a cifra de R$ 1,75 bilhão, sem ainda estar concluída. Estima-se que tal obra deva já ter atingido valores superiores aos R$ 2 bilhões.
Mais ainda, a Delta venceu a concorrência do segundo lote da Nova Marginal Tietê com um valor de apenas R$ 2,4 milhões inferior à segunda colocada, mas depois recebeu aditivos de R$ 71 milhões.
Em outras palavras, "mergulhou" no preço para "vencer a licitação" e depois foi agraciada com aditivos poupudos. O mesmo que teria ocorrido em outras obras e em outros Estados, divulgados pela imprensa.
A cachoeira passou por São Paulo e parece não ter fim.
Na reportagem abaixo, as primeiras informações sobre o assunto. Segue abaixo tabela detalhada com os valores e os contratos.
(do Estado de S.Paulo, por Fausto Macedo)
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo quer investigação sobre os contratos da Delta Construções com o governo estadual. Em requerimento protocolado no Ministério Público, ontem, três deputados da sigla - João Paulo Rillo, Adriano Diogo e Enio Tatto - apontam que obra executada pela empreiteira teve aumento de 75% sobre o valor inicial.
Já está em curso na Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital - braço do Ministério Público que investiga improbidade - um procedimento sobre a obra.
Já está em curso na Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital - braço do Ministério Público que investiga improbidade - um procedimento sobre a obra.
O PT sustenta existência de "possíveis irregularidades e ilegalidade" em contratos formalizados pelo consórcio Nova Tietê, integrado inclusive pela Delta, alvo da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
O diretor da Delta para a Região Sudeste, Heraldo Puccini Neto, está foragido - a Justiça em Brasília decretou sua prisão preventiva por envolvimento em suposto esquema de fraude em licitações na área de transporte público do Distrito Federal.
O PT suspeita que o contraventor Carlos Cachoeira é sócio oculto da Delta. Os parlamentares citam reportagem do Estado, que revelou que o custo da Nova Marginal ficou em R$ 1,75 bilhão - 75% acima do estimado no primeiro orçamento, em 2008.
Segundo a representação, seria possível construir 300 escolas ou 7 hospitais de 200 leitos cada com os R$ 750 milhões extras que já foram gastos com a avenida. "Vale ressaltar que, até agora, a obra está incompleta."
Os deputados ressaltam que outros órgãos públicos do Estado mantêm contratos com a Delta. No período de 2002 a 2012, assinala o requerimento da bancada do PT, a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fecharam contratos com a Delta que somam cerca de R$ 800 milhões, em valores não corrigidos.
Segundo os deputados, a maior parte desse volume de recursos, R$ 664 milhões, foi celebrada na gestão do ex-governador José Serra e outros R$ 140 milhões, na gestão Geraldo Alckmin (PSDB). "Diante desses fatos, os deputados solicitam que se apurem os indícios de atos de improbidade", diz a representação.