(do Transparência SP)
Conforme o tempo passa e as informações tornam-se mais detalhadas, a barbárie da ação da Justiça e do Governo paulista revela-se alarmante.
Primeiro, segundo matéria do jornal O Vale, o custo da operação montada a mais de quatro meses pelo governo paulista custou aos cofres públicos mais de R$ 100 milhões, o que daria para construir 2.500 casas e resolver o problema daquelas famílias definitivamente.
Segundo, os absurdos legais cometidos pela justiça paulista, conforme relato do representante da própria Defensoria Pública do Estado, presente no local durante ação, colocam em discussão muitas coisas, entre elas o próprio "pacto federativo", uma vez que se descumpriu mandato expedido por desembargador federal exigindo a suspensão da reintegração de posse.
Mais ainda, o tamanho da operação - com mais de 2.000 policiais - e a preparação para um confronto inclusive com forças federais, demonstram que preparou-se uma verdadeira "operação de guerra".
Finalmente, esta "operação de guerra" desencadeou agressões muito maiores do que a grande imprensa noticiou, com a presença de armas de fogo, pessoas baleadas e uma violência gratuita contra os moradores do Pinheirinho (incluindo mulheres, crianças e idosos), os moradores dos bairros do entorno e as autoridades presentes ao local.
Diga-se de passagem, a proibição do acesso da impresa ao local da operação já revelava as reais proporções e intenções da justiça e do governo estadual.
Com este episódio, revivemos períodos terríveis da história brasileira, marcados pelo autoritarismo e o respeito à propriedade acima de qualquer coisa.
A Constituição de 88 marcou o início de um novo período para o país
Parece que as autoridades do Estado de SP não reconhecem a Carta Magna.
Preferem construir um Estado Autônomo.
O caso do Pinheirinho foi "a proclamação da independência paulista". Um "novo país". Seus inimigos primeiros: os pobres.