SOBRE A GREVE NA CPTM E NOS ÔNIBUS
Por João Antonio
Sexta-feira, 3 de junho de 2011
A greve de trabalhadores ferroviários e do transporte coletivo que afeta a vida de milhares de pessoas em São Paulo chama a atenção por provocar algo além do caos habitual no cotidiano de paulistanos e de moradores de parte da Grande SP: o Estado de São Paulo ganhou um `governo sem rosto`.
Isso quer dizer que, embora desde o dia 31 os trens tenham parado de circular e os ônibus também não saiam das garagens em várias partes, não se viu o governador Geraldo Alckmin (PSDB) aparecer em público para se manifestar sobre o assunto.
Não houve sequer questionamentos em parte da imprensa acerca dessa postura alheia do governador quando trabalhadores lutam por reajuste salarial e outros benefícios e outro tanto de pessoas fica sem transporte - isso desde a última terça-feira. Somente na manhã de hoje um representante do governo estadual se manifestou sobre a greve.
Quem acompanha o movimento grevista pela imprensa pode ter a impressão de que se trata apenas de "uma greve de ferroviários", não havendo um "patrão" com o qual os trabalhadores tentam negociar sua pauta de reivindicações. É como se o governador Geraldo Alckmin tenha sido levado a um "bunker" para não ser associado a este momento de crise por que passa o sistema de transporte público sob responsabilidade do Estado.
*João Antonio é deputado estadual pelo PT-SP