Após 16 anos no Palácio dos Bandeirantes, governo do PSDB busca alianças com sindicalistas e setor patronal
Em cem dias de gestão, tucano convive com superlotação do metrô, enchentes do Tietê e assaltos a shoppings
(da Folha de SP, por Fábio Zambeli e Daniela Lima)
O governador Geraldo Alckmin completa os primeiros cem dias de mandato em busca da reinvenção da fórmula tucana de administrar São Paulo após 16 anos no comando do Estado.
Para tanto, rompeu com alguns dos pilares do governo José Serra, embora tenha evitado expor sinais de confronto com seu antecessor.
O tucano citou à Folha como paradigmas de seu início de administração os pactos firmados com centrais sindicais e entidades patronais, segmentos que mantiveram distância do Bandeirantes na gestão anterior.
"A nossa marca até aqui é a parceria. Nós abrimos um debate com os sindicatos na questão do salário mínimo regional. Eles foram ouvidos pela primeira vez. Foi um avanço. Fizemos também o "Outono Tributário", pleito do setor produtivo", disse.
Alckmin referiu-se ao fato de ter franqueado seu gabinete a representantes dos trabalhadores na negociação que elevou o piso em SP a R$ 600, e à indústria, agraciada com a redução de ICMS.
Logo no discurso de posse, Alckmin já havia sublinhado a aposta que faria na área social e na abertura do governo às entidades de classe -estratégia do PSDB para conter o avanço da oposição no eleitorado paulista até 2014.
Premido pela materialização de problemas que afligem o eleitor em seu cotidiano, como a superlotação do metrô, as enchentes do Tietê e as ondas de assaltos a shoppings e restaurantes, Alckmin tergiversou quando indagado se sentiu frustração com o ritmo de execução das promessas de campanha.
Entre os projetos que o tucano avalia já terem "saído do papel" estão a reformulação no Detran e o contrato do trecho leste do Rodoanel.