(do Tranparência SP)
Nesta semana, o governador Alckmin apresentou, em coletiva de imprensa, as ações e metas do governo do Estado para o enfrentamento das enchentes constantes na Região Metropolitana de SP.
Após suas declarações, algumas situações incômodas ficam muito claras, apesar de pouco ou nada exploradas pela grande imprensa.
Após suas declarações, algumas situações incômodas ficam muito claras, apesar de pouco ou nada exploradas pela grande imprensa.
Primeiro, o governador diz que o enfrentamento das enchentes não pode ser feito em 24 horas. Ora meu caro governador, o PSDB já governa o Estado a 16 anos. Será que neste período não seria possível melhorar bastante a situação?
Segundo, o governador diz que investirá fortemente no desassoreamento do rio Tietê, principalmente na retirada de areia acumulada no fundo do leito do rio. Esta areia representaria pelo menos 60% do assoreamento do rio, segundo o próprio governador. Oras, esta questão derruba tese muito difundida pela imprensa conservadora de que a falta de educação da população, ao jogar lixo nas ruas da cidade, estaria na principal causa das constantes enchentes dos rios da cidade.
Ainda assim, após esta declaração do governador, não houve nenhuma investigação sobre os motivos que levaram o governo estadual a acelerar o desassoreamento do rio Tietê.
As verdadeiras causas já apareceram nos blogs alternativos a algum tempo: o governo Serra passou dois anos e meio sem limpar o rio Tietê, causando brutal assoreamento e, na prática, jogando no lixo as obras de aprofundamento da calha do Tietê executadas na gestão anterior de Geraldo Alckmin.
Até quando São Paulo vai sofrer com esta disputa no ninho tucano?
Informações obtidas no orçamento estadual reforçam esta verdadeira causa: Serra deixou de investir no combate às enchentes durante os anos de 2007 e 2008. Apenas em 2009 e 2010 algumas ações foram retomadas, ainda assim em ritmo muito lento.
Considerando apenas os recursos estaduais aplicados no programa de combate às enchentes, em valores atualizados pelo IPCA, os anos de 2007 e 2008 apresentaram os dois menores níveis de investimento do governo paulista na década.
Se a grande imprensa quiser e cumprir seu papel, é fácil melhorar a qualidade de vida em São Paulo.