A represa Billings, responsável pelo abastecimento de água de 1,2 milhão de habitantes da Grande São Paulo, recebe 400 toneladas de lixo por dia. Além disso, a falta de uma política de saneamento por parte do governo do Estado faz com que bairros da zona sul próximos à represa, como Parque Primavera, Balneário São Francisco e Santa Terezinha, despejem esgoto em suas águas.
Pesquisa realizada pelo IBGE em agosto deste ano revela que mais da metade dos moradores das áreas de preservação da Billings e Guarapiranga utiliza fossas sépticas, valas ao ar livre ou lança o esgoto diretamente nas águas das represas. Especialistas alertam para a urgência de ações que visem a ampliação e captação e tratamento do esgoto despejado irregularmente nas represas.
Pesquisadores da USP encontraram cobre, chumbo, cádmio, níquel e zinco no fundo das represas, o que compromete a qualidade das águas, apesar de a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) insistir que não há problemas nesta contaminação. A presença de cobre, por exemplo, que pode provocar febre, náusea e diarreia, está 30 vezes acima do nível recomendado.
Rio Tietê
O Rio Tietê sofre com os mesmo problemas que prejudicam as represas: despejo irregular de esgoto não tratado e ocupação das margens. Apesar dos investimentos no projeto de despoluição do Tietê, que é um símbolo de São Paulo, o rio continua morto. A mancha de poluição regrediu apenas 40 quilômetros em toda a extensão de 1,1 mil quilômetros do Rio nos últimos 8 anos.
Previsto para ser concluído em quatro fases, o projeto de despoluição do Tietê já está na terceira fase, que tem aporte de US$ 600 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Áreas contaminadas
São Paulo conta hoje com 2.904 áreas contaminadas. Apesar de o Estado já dispor de um Fundo de Investimento para descontaminação de áreas - Fundo Estadual para Remediação de Áreas Contaminadas (Feprac), ele não tem sido usado pelo governo estadual. A Bancada do PT, inclusive, contribuiu para o aperfeiçoamento do projeto que criava o fundo e se empenhou tanto para levá-lo a Plenário quanto pela sua aprovação.
Estima-se que hoje cerca de 17 mil pessoas vivam em áreas contaminadas só na Grande São Paulo. A maioria dos casos se deve aos postos de combustível.