As torneiras do Guarujá e Vicente de Carvalho continuam a receber água da Sabesp (empresa estatal do governo do Estado) que não passa pelo processo de filtragem, como manda a lei. O Diário Oficial do Município de Guarujá trouxe, na edição de 10/9, os laudos da qualidade da água servida nas torneiras da Unidade Básica de Saúde de Vila Edna e na Uniesp (faculdade do Guarujá) que comprovam que o líquido está impróprio para consumo humano.
As coletas são realizadas coletas em vários pontos da cidade, mas a conclusão de que a qualidade da água é insatisfatória em plena unidade de saúde chamou da ONG Princípios, que já move Ação Civil Pública contra a Sabesp desde 2007 e, em janeiro deste ano ingressou com uma medida cautelar, solicitando que o judiciário determinasse medidas drásticas contra a empresa, sob risco de colapso no sistema de saúde pública da cidade.
O advogado da ONG, Sidnei Aranha, disse que pretende anexar os laudos da última semana ao processo, “como forma de mostrar às autoridades judiciais que a Sabesp continua não cumprindo a liminar que determina melhorias na qualidade da água”, explicou Aranha. Segundo o advogado, a divulgação desta informação causou pânico entre a população que procura uma unidade básica para tratar de doenças e não adquirir outras, provenientes do consumo ou contato com água imprópria.
Na Ação Civil Pública, a Sabesp chegou a ser multada em cerca de R$ 100 milhões, devido ao período em que distribuiu água imprópria para consumo humano em toda a cidade, no final de 2009 e início de 2010.
Na época, a água servida no litoral paulista pela Sabesp estava contaminada por trialometanos, uma reação do cloro com materiais orgânicos da água, que dão origem a cloretos, substâncias altamente cancerígena. Isso ocorre em todas as cidades onde não existe estágio de filtração e excesso de cloração da água, como acontece no Guarujá, Baixada Santista e em várias cidades paulistas.
*com informações do Jornal do Guarujá – 11/9/2010