Plano de carreira, incorporação de gratificações, respeito à  data-base e uma luta constante contra a privatização de serviços  essenciais à população, como Transporte, Educação e Saúde. Esta tem sido  a pauta de metroviários, funcionários da Sabesp, professores e outras  categorias do funcionalismo público estadual durante as gestões tucanas,  que reduziram os gastos com pessoal de 49,27% para 40,81% nos  últimos oito anos.
O arrocho salarial e a perda do poder aquisitivo do setor são ainda  maiores em função do custo de vida, que é mais elevado do que em outros  estados. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e  Estudos Socioeconômicos), São Paulo tem a segunda cesta básica mais cara  do País.
Outro dado revelador sobre as condições de trabalho do funcionalismo  refere-se às contratações no setor. Enquanto a população paulista  cresceu 17% na última década, o número de servidores cresceu apenas 12%.      
Contratados em condições temporárias
Contratados em condições temporárias
Para tentar contornar a falta de planejamento e de concursos  públicos, foram contratados milhares de servidores em condições  temporárias. Na Educação, são 101 mil admitidos em caráter temporário;  muitos deles estão nesta condição há mais de uma década, sempre  inseguros com possíveis mudanças na legislação. 
Outro motivo de descontentamento do funcionalismo é a política de  bônus e gratificações, que tem a pretensão de substituir a recomposição  salarial, mas na prática reduz drasticamente os vencimentos de  aposentados e pensionistas. Apesar da incorporação gradual de algumas  destas gratificações, o prejuízo dos servidores é muito grande, mesmo  dos que estão na ativa.
Durante a gestão de José Serra, houve uma forte investida na  implantação da remuneração por desempenho, que exclui a maioria dos que  estão na ativa de possíveis reajustes. No caso da Educação, o reajuste é  aplicado somente aos salários dos 20% dos professores melhor avaliados.  O modelo é extremamente criticado por ser importado da iniciativa  privada e desrespeitar critérios como o tempo de trabalho e a dedicação  diária.
Desrespeito
O então governador José Serra nunca cumpriu a data-base do  funcionalismo, determinada por uma lei que ele mesmo sancionou - LC n.º  12.931 - em 2005 e que instituiu em 1º de março a data para o reajuste  da categoria, que não tem sequer reposição de perdas salariais.
O funcionalismo também está há 10 anos sem receber aumento do  vale-refeição, que é de apenas R$ 4,00 para a Educação, Saúde e  Segurança. Neste último caso, os funcionários com maior salário ou mais  tempo de serviço não têm direito ao benefício.
O arrocho e a precarização do trabalho refletem na qualidade do  serviço oferecido à população. Preocupados com esta e outras questões,  professores, policiais e outros setores do funcionalismo realizaram  diversas greves nos últimos anos e enfrentaram a truculência do governo  Serra, que utilizou a Tropa de Choque para reprimir uma manifestação de  professores no Palácio dos Bandeirantes em 2010 e mobilizou centenas de  policiais militares contra uma manifestação de policiais civis, em 2008.