O Governo do Estado de São Paulo deixou de investir aproximadamente R$ 223 milhões, desde 2006, em ações de inteligência policial, essenciais na prevenção e repressão ao crime organizado.
O número de funcionários ativos (civis e militares) na Secretaria de Segurança Pública também teve uma redução de mais de 5 mil profissionais, entre 2002 e 2009.
Os arrastões a condomínios, assaltos em série a joalherias e shoppings e o roubo de uma carga de 2,5 toneladas de explosivos na última terça-feira (31/08) são o resultado mais evidente da política de corte de recursos e de pessoal.
A interceptação e o roubo de uma carga explosiva na Rodovia Fernão Dias acionou o exército as Polícias de outros Estados, como Minas Gerais, Rio e Paraná. Há uma preocupação generalizada sobre o envolvimento de facções criminosas, como PCC, no roubo da carga, que inclui 850 quilos de dinamite e é suficiente para detonar dez Estádios do Carandiru.
Há um temor também de que a grande quantidade de explosivos, roubados de uma indústria química que tem filial no Jardim São Paulo, na zona norte da capital, desperte o interesse de traficantes de outros países.
Outro crime audacioso ocorrido na noite de ontem teve como cenário a Rua Oscar Freire, nos Jardins. Eleita como uma das dez ruas mais luxuosas do mundo, a Oscar Freire registrou o 13º arrastão a condomínios do ano.
Armados com submetralhadoras, os ladrões utilizaram uma BMW para invadir um prédio e roubar dinheiro, eletrônicos e joias, que tornaram-se alvo principal de assaltos nos últimos meses. Neste ano, 15 joalheiras de shoppings foram roubadas na capital paulista.