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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Porque os problemas na educação pública do Estado de SP não sensibilizam os eleitores.

/ On : quarta-feira, agosto 25, 2010 - Contribua com o Transparência São Paulo; envie seu artigo ou sugestão para o email: transparenciasaopaulo@gmail.com
(do Transparência São Paulo). Apenas 46% dos estudantes matriculados no ensino fundamental no Estado de São Paulo estão na rede estadual. 2,8 milhões de estudantes estão matriculados na rede estadual de ensino fundamental, mas apenas 130 mil encontram vagas nas escolas técnicas (ETEC´s).
Recentemente, diversos candidatos de oposição ao governo do Estado de São Paulo tem direcionado suas críticas para o sistema educacional público do Estado.
Aprovação automática (alunos que "passam" de ano sem aprender), falta de carreira e salários baixos para os professores, insegurança nas escolas e infraestrutura escolar deficiente são alguns dos problemas reais que atingem o sistema educacional do Estado mais rico do país. Os problemas são concretos, e as críticas tem se avolumado.
Do ponto de vista da opinião do eleitor, porém, nada disso parece fazer muita diferença. As projeções indicam que os responsáveis por esta situação nos últimos 16 anos podem continuar a governar o Estado por mais 4 anos.
A educação não seria importante para a maior parte dos paulistas?
Se olharmos para alguns números da rede educacional do Estado de São Paulo, talvez possamos entender porque isso ocorre.
Segundo dados de 2008, estavam matriculados no Ensino Fundamental no Estado de São Paulo (antiga 1a. a 8a. série) cerca de 6 milhões de estudantes. Destes, mais de 5 milhões (85%) estavam matriculados na rede pública e cerca de 880 mil (15%) na rede particular. Ocorre que com o processo de municipalização da educação, os alunos que cursaram o ensino fundamental em escolas municipais eram 2,3 milhões (mais de 38%). Cursaram o ensino fundamental em escolas estaduais cerca de 2,8 milhões de alunos (46%).
Apesar de grande, a rede de ensino fundamental nas mãos do governo do Estado, de pior qualidade, não abriga a maioria dos alunos. Somando os alunos da rede particular e das redes municipais, temos quase 54% dos alunos matriculados no ensino fundamental.
A maior parte dos alunos e suas famílias, portanto, não se sujeitam a este sistema estadual de ensino fundamental deteriorado.
Outra hipótese que pode ser relacionada é que grande parte das famílias que matriculam seus filhos na rede estadual são de baixa renda. Neste caso, grande parte dos pais dos alunos possuem baixo nível de escolaridade, tendo poucas condições de aferir a qualidade do ensino de seus filhos.
Diante deste quadro, a aparente "insensibilidade eleitoral" diante de um cenário educacional tão grave pode ser facilmente explicada.
O governo do Estado se defende divulgando a ótima qualidade do ensino público estadual oferecido nas Escolas Técnicas (ETEC´s), Faculdades de Tecnologia (Fatec´s) e Universidades Públicas do Estado (USP, UNICAMP, UNESP), bem como seus planos de ampliação.
Outros números revelam que o ensino de qualidade nas escolas técnicas, faculdades tecnológicas e universidades públicas estaduais ainda é uma realidade para poucos. Estas instituições representam "ilhas de excelência" no cenário educacional público do Estado.
Conforme dados oficiais do governo do Estado em 2008, a rede estadual possuia 2,8 milhões de alunos matriculados no ensino fundamental, mas apenas a metade encontrava-se matriculada no ensino médio estadual (1,4 milhões), ensino este também de má qualidade.
As escolas técnicas de qualidade (ETEC´s), por sua vez, abrigavam apenas 123 mil alunos em 2008, apenas 2,7% das vagas oferecidas pela rede pública estadual.
Em outros números, considerando apenas os alunos que cursam a rede pública estadual, para cada aluno da rede estadual de ensino fundamental que consegue entrar em uma ETEC, outros 22 alunos ficaram de fora.
Já as Faculdades de Tecnologia (FATEC´s) e as Universidades Estaduais, somadas, teriam cerca de 90 mil alunos matriculados, ou seja, outro "gargalo" na estrutura de ensino do Estado. Esta situação é ainda pior se considerarmos que, no nível superior, muitos alunos que cursaram o ensino fundamental e médio em escolas particulares também disputam vagas nas universidades e faculdades tecnológicas públicas.
Faz sentido, portanto, a crítica de que o ensino público do Estado, quando de boa qualidade, é direcionado para poucos.
Segundo estes números, porém, o problema educacional no Estado de SP, apesar de sério, não parece ter capacidade de mobilizar a opinião pública, tampouco a intenção de votos da maioria dos paulistas.  

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