Folha de S.Paulo
A delegada Joana Dark de Oliveira e o investigador Belmiro Rondelli Júnior, ambos do 34º Distrito Policial (Morumbi), na zona oeste da capital, foram presos na manhã de ontem ao lado de uma perita da Polícia Científica e de um sargento da Polícia Militar. Eles são suspeitos de exploração de jogo ilegal.
Os quatro são investigados pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo desde junho do ano passado.
Eles tiveram prisões temporárias --de cinco dias-- decretadas pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), do Tribunal de Justiça.
Um homem investigado como dono de máquinas caça-níqueis e que contratava serviços dos quatro servidores públicos presos também acabou detido ontem porque a Corregedoria encontrou uma arma ilegal em sua casa.
A Corregedoria fez 11 buscas e apreensões durante a operação: nas casas dos suspeitos, no 34º DP, no IC (Instituto de Criminalística), onde trabalha a perita Anita de Paulo Pereira, e em um batalhão da PM no Butantã (zona oeste), onde serve o sargento Ricardo de Jesus Bachega.
Segundo as investigações da Corregedoria, os suspeitos cobravam dinheiro para não apreenderem máquinas caça-níqueis e para não fecharem casas de jogos e bingos.
Outra suspeita é que os suspeitos também tenham recebido dinheiro para avisar proprietários de caça-níqueis ou bingos quando a polícia faria ações contra o jogo ilegal.
Crimes
Contra a perita Anita Pereira ainda existe a suspeita de que ela realizava perícias falsas.
Os quatro suspeitos responderão a inquérito policial pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, prevaricação e exploração de jogos de azar.
A investigação tenta descobrir se os presos têm vinculações políticas e se repassavam parte do dinheiro conseguido com a proteção ao jogo ilegal para políticos ou superiores na polícia paulista.