Suspeitos são investigados por envolvimento com bingos clandestinos em São José e Jacareí e podem ser expulsos; PM diz que caso mostra que corporação ‘corta na própria carne’ se preciso
São José dos Campos
Catorze 14 policiais militares foram presos preventivamente no Vale do Paraíba nesta quinta-feira por suspeita de envolvimento com a máfia do jogo de azar. O VALE apurou que o grupo é investigado por participação em bingos clandestinos e na exploração de máquinas caça-níqueis em São José dos Campos e Jacareí, municípios em que os 14 suspeitos estavam lotados.
Os policiais militares suspeitos -- são de três patentes: soldado, cabo e também sargento -- foram presos ontem, alguns deles ainda fardados, por ordem da Justiça Militar de São Paulo, que decretou a prisão preventiva dos suspeitos-- investigados em um processo interno instaurado pela corporação em 2009, após denúncia. Os policiais foram presos pela própria PM.
Após receber a denúncia, o CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior) -- a unidade responsável pela corporação no Vale -- determinou a apuração do caso e foi instaurado um IPM (Inquérito Policial Militar). Ao final das investigações, no relatório enviado à Justiça Militar, a PM pediu a prisão preventiva de 14 policiais por entender que há indícios contra eles.
Nesta quinta-feira, ao receber os mandados de prisão, o comando regional da corporação montou uma operação para prisão dos 14 suspeitos -- nove foram capturados de manhã e cinco à tarde. “Alguns estavam trabalhando e outros de folga”, afirmou o tenente Antero Alves Baraldo, chefe do setor de comunicação social do CPI-1, em entrevista concedida ao jornal O VALE.
Os suspeitos -- 13 homens e uma mulher -- foram conduzidos ao presídio da corporação, o Romão Gomes, em São Paulo. Além do processo criminal, eles vão responder paralelamente a procedimento disciplinar e podem ser expulsos da PM.
Investigação
. De acordo com o CPI-1, as prisões são um desdobramento de denúncias e investigações iniciadas em 2008. O comando regional não informou o nome e as unidades dos 14 policiais militares suspeitos e que crimes são apurados.
“Tudo começou com uma denúncia, de que havia policial envolvido com atividade ilícita na região e o processo de depuração interna culminou com a prisão desses 14 policiais. Nos cortamos na própria carne, se for preciso. A PM tem preocupação com a depuração interna”, disse o tenente Baraldo.
Cada batalhão tem um setor chamado ‘Justiça e Disciplina’, responsável pela apuração das suspeitas de desvio entre membros das fileiras da unidade. Em nota, o CPI-1 informou que a corporação é ‘implacável’ na investigação em seus quadros.
No último dia 23 de junho, a PM expulsou seis policiais militares e demitiu outro no Vale por suspeita de envolvimento com a máfia do jogo de azar.
A PM, ao longo do processo de apuração, constatou que os policiais teriam conexões com a máfia dos caça-níqueis, agindo como seguranças das casas de bingo, fazendo escoltas de dinheiro e também não combatendo o jogo ilegal.