Serra e Alckmin fizeram, na semana passada, campanha na Associação Comercial de São Paulo, em frente ao impostômetro, aparelho que supostamente mede a quantidade de impostos que os brasileiros pagam por minuto no país.
A redução da carga tributária no país é tema recorrente em todas as eleições, e os tucanos adoram posar como defensores de um país com menos impostos. Quando governam, o que se vê é o inverso. Já foi assim durante o governo FHC.
No estado de SP, onde os tucanos governam há 16 anos, a história não é diferente.
Se analisarmos o valor total dos impostos pagos ao governo paulista em relação ao valor do produto interno bruto/PIB do Estado, observamos que esta relação não parou de crescer de 1996 a 2009. Esta é a pouco famosa carga tributária bruta paulista.
A grande imprensa não se preocupa em fazer esta análise, mas o Transparência SP desvenda estes números.
Utilizamos os valores arrecadados com impostos e taxas pagas ao governo paulista nos últimos 16 anos (basicamente o ICMS e o IPVA) e comparamos com os valores do PIB paulista. Para o PIB paulista dos anos de 2008 e 2009, utilizamos as projeções parciais elaboradas pela Fundação SEADE, órgão responsável pela elaboração de dados estatísticos do próprio governo paulista.
O resultado é bem interessante: em 1996, um ano após assumirem o governo estadual, a carga tributária paulista representava 7,65% do PIB estadual; em 2009, a carga tributária já atingiu a marca de 9,37% do PIB estadual.
Os dois maiores aumentos da carga tributária bruta paulista foram verificados no início do governo Alckmin (2001/2002) e no final do governo Serra (2008/2009).
A diferença entre o discurso e a prática continua enorme.
(do Transparência SP)