01/06/2010
FABRÍCIO MOREIRA
Mil e oitocentos representantes de movimentos sociais de 23 estados aprovaram ontem, em São Paulo, o Projeto Brasil 2010, documento que unifica bandeiras de diversos movimentos em uma agenda comum. A aprovação ocorreu durante a 2ª Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais, que discutiu as reformas necessárias ao país e a atuação das centrais sindicais na eleição presidencial, tema da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora que ocorrerá hoje no estádio do Pacaembu.
Para Wanderley Gomes da Silva, integrante da operativa nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que organizou a assembleia, a discussão é basicamente sobre duas visões de Brasil.
“O que o movimento sindical quer é debater qual vai ser o projeto para o país. Ou se aprofunda o processo de democratização em curso nos últimos 8 anos do movimento sindical ou retorna-se ao período de desemprego de antes de 2002, que foi uma época de grande dureza por parte dos neoliberais, deixando a situação do país à beira da falência.”
“O que todos queremos é derrotar os tucanos em todo o Brasil, porque é o mais atrasado da política brasileira, alinhado com o imperialismo”, disse João Paulo Rodrigues, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O Projeto Brasil 2010 inclui tópicos sobre a política econômica, a necessidade de reformas estruturais como a agrária, urbana, política e tributária, e onde investir os lucros obtidos com o pré-sal, entre outros temas.
“É um instrumento muito flexível, com todas as condições de ser apresentado durante o processo eleitoral. Ao mesmo tempo, ele contempla as aspirações de todos os atores sociais”, diz Wanderley Gomes da Silva. A expectativa da Coordenação Dos Movimentos Sociais é de que o projeto receba emendas de vários segmentos que participarão da conferência de hoje.