O número de casos de dengue nas cidades litorâneas de São Paulo já é 50 vezes maior do que no ano passado. São 22.346 casos nos quatro primeiros meses de 2010, contra 438 no mesmo período de 2009. Já são 51 mortos; no ano passado, uma pessoa morreu em decorrência da doença neste período.
Reportagem publicada hoje no Jornal O Estado de São Paulo revela que o surto atinge de forma alarmante Santos, Guarujá, São Vicente, Bertioga, Praia Grande e cidades do litoral norte como Ilhabela e Ubatuba.
O depoimento de um leitor da edição online do Jornal, Joseph Shafan, morador de São Sebastião, revela a carência de ações públicas para conter o avanço da doença. “São Sebastião está abandonada, vias pluviais desabando, calçamento sem manutenção. As calçadas de Boiçucanga estão intransitáveis, cheias de armadilhas, lixo e alagamento. Há vários terrenos baldios onde abundam focos de mosquitos”, conta Joseph.
Segundo a reportagem, “entre os municípios do litoral norte analisados, São Sebastião apresentou maior número de pacientes. Foram 1.243 casos no ano, aumento de mais de 1.000% e 1 morte”.
A Bancada do PT e, especialmente o deputado Fausto Figueira, que é presidente da Comissão de Saúde e Higiene da Assembleia, tiveram inúmeras ações para apurar a responsabilidade do Estado na epidemia de dengue que atinge a Baixada Santista.
"Os epidemiologistas estimam que, para cada caso de dengue confirmado, existem outros dez pacientes infectados e que tiveram casos subclínicos ou assintomáticos", disse Fausto, que encaminhou representação ao Ministério Público com pedido de investigação dos indícios de omissão da Secretaria Estadual da Saúde frente à epidemia.
O infectologista Evaldo Stanislau afirmou durante audiência pública convocada pela Comissão de Saúde, no dia 18 de maio, que a recusa da Secretaria Estadual da Educação em admitir a epidemia contribuiu para o alastramento da dengue na Baixada. Stanislau trabalha no Hospital Ana Costa, localizado em Santos.