do Brasília Confidencial
Foram cinco anos sem greve. Agora não dá mais. Cansados com a falta de propostas efetivas da Fundação Casa (antiga Febem), os trabalhadores resolveram cruzar os braços. “Passamos todo esse tempo negociando para evitar a greve, mas chega um momento em que não dá mais para brincar de gato e rato”, resume Júlio Alves, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa).
Nesta quarta-feira, 02/06, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julga a legalidade da paralisação. Para o vice-presidente do sindicato da categoria, a expectativa é positiva. “A adesão à paralisação é, em média, de 15%, portanto, estamos dentro dos parâmetros legais”, diz o dirigente. Segundo ele, desde o ínicio da paralisação a Fundação não apresentou uma proposta sequer à categoria.
Júlio denuncia ainda as diferenças de tratamento dispensadas pelo governo do estado aos trabalhadores de diferentes profissões na área da segurança pública. “A Fundação diz que a política de negociação coletiva do estado é apenas em 1º de setembro, mas concedeu um reajuste aos agentes penitenciários retroativo a 1º de março. Para nós, isso significa dois pesos e duas medidas”, critica. Para ele, o governo tem política de conversação, não de negociação: “A Fundação senta com a gente pra dizer que não tem autonomia pra nada. Ficamos brincando de negociar sem obter nada concreto.”
Em greve desde 28/05, os funcionários da ex-Febem reivindicam melhores condições de segurança no ambiente de trabalho, reajuste real e respeito à data-base da categoria, além de outros 82 itens. A paralisação foi decidida após a Fundação não apresentar proposta alguma de conciliação durante audiência no TRT, no dia 27/05.