FABRÍCIO MOREIRA
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária mandou carta à liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo desmentindo a informação, apresentada no fim de maio pelo Instituto Butantã, de que mantém parada há três anos sua fábrica de vacinas por falta de autorização da Anvisa.
“A informação não é verdadeira”, escreveu o diretor da agência, Dirceu Barbano. Ele afirma ainda que “o Butantã nunca requereu processo de avaliação da nova fábrica para a Certificação das Boas Práticas de Fabricação (CBPF)”, atestado que só pode ser emitido após inspeções que a Anvisa não fez porque o instituto jamais pediu.
O diretor da Anvisa vai além. Explica que, mesmo na hipótese de que a avaliação tivesse sido requerida, “nesse momento nada poderia ser produzido no local, pois o Butantã ainda não pediu o registro, ou mesmo alteração do local de fabricação de nenhum produto para a nova unidade”.
Por fim, Dirceu Barbano alerta que a unidade já existente de fabricação de vacinas continua irregular porque tem pendências mais resolvidas em três linhas de produção.
Inaugurada e reinaugurada várias vezes pelo Governo Serra (PSDB), a partir de 2007, a fábrica de vacinas do Instituto Butantã, que pertence ao Estado de São Paulo, ainda não produziu uma dose sequer de vacina e está, desde maio, sob investigação do presidente da Comissão de Saúde e Higiene da Assembleia, Fausto Figueira, e doo líder do PT, Antonio Mentor. Os dois estiveram no dia 26 com o diretor-geral do instituto, Otávio Mercadante, de quem ouviram a alegação de que a fábrica não estava produzindo por culpa da Anvisa..
“Na verdade, as duas fábricas estavam irregulares e eles estavam mentindo”, acusa o líder do PT. Antonio Mentor.