31/05/2010
Acuados pela Sabesp, que apelou à Justiça para impedir a paralisação da categoria, os funcionários da empresa de saneamento de São Paulo decidiram nesta segunda-feira, 31/05, suspender temporariamente a greve. Por ora, a decisão dos trabalhadores é de esperar o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgar a legalidade da paralisação e os índices de reajuste pedidos.
“Depois de fazer uma proposta meia-boca de reajuste, a Sabesp entrou com uma liminar na Justiça obrigando 80% do pessoal a trabalhar. Não dá pra manter uma greve assim”, explica Antonio Silva, diretor de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado (Sintaema). Segundo ele, o percentual é exatamente o que o sindicato estima haver de grevistas de braços cruzados, que voltarão ao trabalho.
A expectativa dos trabalhadores é de que o TRT leve de 10 a 15 dias para decidir a situação da categoria. Em audiência no dia 27/05, o tribunal propôs um reajuste salarial de 5,49% mais um aumento real de 1,5% para os trabalhadores. A oferta supera os 5,05% oferecidos pela Sabesp, que recusou a proposta. “A proposta da Sabesp está muito aquém da nossa expectativa. Esse governo é muito ruim de negociar”, dispara Renê Vicente, presidente do Sintaema. Outra demanda do sindicato, e que o TRT considerou justa, foi a garantia de estabilidade no emprego para 98% do efetivo, percentual que a empresa queria diminuir para 95% do quadro de 15.100 funcionários. Se fosse implementado o percentual da Sabesp, o sindicato diz que 750 trabalhadores seriam demitidos.