extraído do Blog do Imbroglione
Circula nos corredores do Palácio dos Bandeirantes, da Assembléia Legislativa e da Polícia Civil uma história macabra: delegados da Divisão de Homicídios do DHPP que investigam assassinatos na Zona Norte da Capital, incluindo aí chacinas, estão sendo vítimas de ameaças de policiais militares suspeitos de envolvimento nos crimes. Num país sério teriam apoio da instituição para ter as vidas e a das respectivas famílias preservadas e para que possam trabalhar em paz. Aqui, em São Paulo ocorre o contrário.
Fontes palacianas contaram a este blogueiro que a situação anda tensa na Secretaria da Segurança. O secretário da Segurança, ex-PM, estaria pressionando a turma do DHPP para deixe os pms em paz. E que a história não vaze para a imprensa.
O que significaria esta pressão? Temor eleitoral de que a matança e abusos feitos por policiais militares venham a público e arranhem a imagem do governo? Proteção a colegas de farda, hoje altos-oficiais, que sairiam chamuscados com mais notícias envolvendo pms matadores? Ou ainda medo de que as investigações do DHPP revelem uma política de extermínio com aval oficial? Só o tempo dirá.
Quer dizer que agora, além de matar, estes policiais militares envolvidos em crimes, também ameaçam quem investiga para não ser descobertos? Deve ser o ciclo completo da impunidade: matam, modificam a cena do crime, ameaçam testemunhas e os policiais que investigam os crimes. Se nada der certo pedem uma ajudinha de cima? Difícil de acreditar, mas onde há fumaça há fogo. Neste ritmo, em breve promotores, juízes e desembargadores também correm risco de entrar na lista.
No momento, é importante que os policiais que dirigem a Polícia Civil de São Paulo deixem a política e o apego á cadeira de lado; e tenham coragem de enfrentar estas ameaças, garantir a vida e a integridade destes delegados e das famílias deles. E o mais importante: não se curvar perante pms bandidos e quem os protegem. Secretários passam…Se a situação apertar muito, sempre sobra a imprensa. Talvez, se vier a público em detalhes, os covardes e os protetores deles recuem com a exposição desta trama absurda.