Pela primeira vez em sete anos de investigação, o Ministério Público da Suíça acusou formalmente um suspeito de ter mediado pagamento de supostas propinas da empresa francesa Alstom para garantir contratos públicos no Brasil, como o do Metrô de São Paulo, e licitações em outros países.
do Jornal da Tarde
O suspeito é o banqueiro suíço Oskar Holenweger, que foi acusado por lavagem de dinheiro e administração de recursos provenientes de corrupção de um “grupo industrial francês”. O MP confirmou que as investigações mostraram relações com o Brasil.
Os suíços já bloquearam contas no nome de 19 brasileiros por também serem suspeitos de envolvimento com recebimento e pagamento de propinas da Alstom. Entre eles estão Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes de Luiz Antonio Fleury Filho, em 1994, e irmão do presidente do Metrô, e Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), apontados como os maiores beneficiários do esquema.
O Ministério da Justiça prometeu encaminhar à Suíça e à França pedidos de quebra do sigilo bancário das 19 pessoas e de empresas suspeitas de receber propina da Alstom para que ela fosse declarada vencedora de concorrências do governo de São Paulo.
A suspeita é de que a multinacional utilizou cerca de R$ 800 milhões para pagar propinas a funcionários públicos do Brasil e outros países responsáveis pelas contratações. Destes, R$ 15 milhões teriam sido desviados pelo banqueiro. A Alstom nega qualquer envolvimento em atos ilegais e diz estar colaborando com todas as investigações.