extraído do blog Tijolaço.com
Desde o meio da tarde tenho a informação, mas esperei que alguém publicasse, como fez há minutos, oCorreio Braziliense, que eram estes os números: Dilma Rousseff ultrapassou José Serra na pesquisa Vox Populi encomendada pela Rede Bandeirantes e que deverá ser divulgada hoje à noite.
Foram 2 mil entrevistas, realizadas em todos os estados brasileiros, exceto Acre, Amapá e Roraima, realizadas entre 8 e 13 de maio. Não absorvem, portanto, o programa do PT, veiculado na noite de 13 de maio. E revelam que Dilma tem 38% das intenções de voto contra 35% de José Serra.A margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O registro – 11.266/2010 – foi feito dia 7 no TSE.
Na última pesquisa Vox/Band, em 3 de abril, a vantagem de três pontos era inversa: Serra tinha 34% e Dilma, 31% na lista com Ciro candidato. Na que não continha Ciro – como agora, por óbvio – a vantagem serrista era de 38% a 33%.
Em tese, ambas as pesquisas podem apresentar um empate estatístico, por causa da margem de erro. Mas é evidente a tendência, aliás coerente com o que todas as outras pesquisas vinham registrando.
Na análise que publicou na Carta Capital que circula hoje, de certa forma, o diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, já previa esta ultrapassagem, leia só:
Na última pesquisa publicada do Vox Populi, feita há um mês, a intenção estimulada de voto (considerados apenas três candidatos) do conjunto dos entrevistados foi de 38% para Serra, 33% para Dilma e 7% para Marina. Nesse resultado médio estão, naturalmente, tanto as repostas das pessoas que acertaram a identificação de Dilma como candidata do presidente quanto das que erraram ou não souberam fazê-lo.
Quando, porém, se analisam separadamente as intenções de voto dos dois segmentos, vê-se um quadro diferente.
A tabela mostra que, se levarmos em conta as intenções de voto dos eleitores que sabem que Dilma é a candidata de Lula (que são 70% do total), ela está 11 pontos porcentuais na frente de Serra. O ex-governador lidera no agregado apenas por ter uma imensa vantagem, de 43 pontos, entre os eleitores que não sabem quem ela é (e que são 30% do universo).
Um dia, esses que não sabem vão desaparecer e todos (ou quase todos) vão saber. Para Dilma, a boa notícia é que os que não a conhecem são ainda mais propensos a votar nela que os que já o fazem. Para Serra, só haverá boas notícias se tudo que está em curso mudar.
Serra teve razões para o ataque de nervos
Serra teve razões para o ataque de nervos
Está explicado porque José Serra passou a semana distribuindo coices até em jornalistas “amigos”. Nós, pobres mortais só temos informações pelos jornais. Mas candidatos com poder (e poder econômico, sobretudo) têm pesquisas permanentes à disposição, tanto as quantitativas – de intenção de voto – quanto as qualitativas, que são aquelas em que um grupo selecionado é estimulado a conversar e opinar sobre algo e do outro lado de uma parede espelhada fica o marqueteiro vendo o que está pegando bem e o que está pegando mal.
José Serra sabe que sua “confortável liderança” só existe no “conto de fadas” do Datafolha. O que o Vox Populi mostrou hoje, ele já sabia. Mas aconteceu o pior: o que todas as pesquisas mostravam não se atenuou, mas – do ponto de vista dele – agravou-se.
Começo analisando a base sobre a qual se assenta o crescimento da candidatura Dilma, que é a avaliação do Governo Lula. A melhora da avaliação do presidente é significativa e contínua.
E quando a pergunta passa a ser como essa avaliação se transfere para a decisão de voto, a coisa é ainda pior para Serra. Tomando as mesmas pesquisas, de agosto do ano passado, janeiro e maio deste ano,a resposta à pergunta “Se o Presidente Lula apoiar um candidato a Presidente e pedir para as pessoas votarem nele, voce…” , Bem, a resposta “com certeza votaria” subiu de 29% para 33%. E o “com certeza não votaria” baixou de 12% para 10%.
Intenção de voto espontânea, sem apresentação de cartela. Dilma sai de 3% em agosto para 9% em janeiro e 19% agora. Serra tinha 5%, empata com Dilma nos mesmos 9% em janeiro , mas só chega a 15% agora. E o estoque de votos “no Lula” – tranferíveis a Dilma, portanto - que era de 22% e é agora é de 10% ” gastou só 12% para um crescimento de 16% da candidata lulista. Traduzindo mais claramente: a soma de votos espontâneos Dilma + Lula era de 25% em janeiro, é de 29% agora.
O desconhecimento de Dilma permanece alto. A soma dos que conhecem só de nome e dos que não conhecem, para Dilma, é de 44%. Para Serra, 25%. A tal “antipatia” de Dilma, tão falada na mídia, não se confirma na pratica. Este os que já conhecem os candidatos, ela desperta uma impressão positiva ou miuto positiva em 57%, contra 50% de Serra. E as opiniões negativas ou muito negativas, neste mesmo universo, ficam muito mais fortes para Serra – 15% – do que para Dilma, que tem 10%.
O contrário do que toda a midia diz, não é?
Tanto é que a rejeição o confirma. A rejeição de Dilma baixou de 17 para 15%, a de Serra subiu de 16% para 20%.
Marina não dá sinais de um crescimento maior. Pode até crescer um pouco mais, mas ao que parece não vai virar “onda” . Não foi para ela ou pra ele próprio, ao que parece, que a saída de Ciro da disputa transferiu intenções de voto.
Mas a análise dos números ainda tem coisas piores para José Serra.
No possível confronto de segundo turno, ele perde a confortável vantagem que tinha antes. Serra ganharia de Dilma no turno decisivo, por 46% a 32% em agosto passado, seguiria com larga frente em janeiro (46% a 35%), mas passa agora a ser derrotado por 40% a 38%. Isso e mais a importantíssima questão feita sobre quem é o candidato que o entrevistado acha que vai vencer a eleição – algo essencial para definir a migração para o “voto vencedor” - mostram que a maré de percepção do sucesso eleitoral virou e favorece a candidata petista. Em janeiro, só 30% achavam que ela venceria, contra 43% que emprestavam a Serra a condição de vencedor. Agora, os números são o contrário: ela tem 40% d percepção de vitória, contra 39% de Serra.
Por último, é bom que se esclareça que os números que estão dendo comentados (38 a 35% em favor de Dilma) se referem a uma simulação onde só os dois, além de marina Silva, são apresentados aos entrevistados. Quando entram todos os candidatos dos partidos pequenos, o resultado passa a ser Dilma, 37% e Serra, 34%. Prefirou usar este número porque a eleição se fará com todos eles.
Os dados completos da pesquisa você encontra aqui.