Mesmo com o fim do ciclo das chuvas de verão, a região ainda convive com ruas e casas alagadas, bueiros entupidos e refluxo da rede de esgoto
Quinta-feira, 15 de abril de 2010
A situação dos moradores dos bairros Jardim Pantanal, Helena e Romano, na Zona Leste da cidade, dominou a discussão na reunião de ontem da CPI das Enchentes. Mesmo com o fim do ciclo das chuvas de verão, a região ainda convive com ruas e casas alagadas, bueiros entupidos e refluxo da rede de esgoto. As queixas foram comprovadas por meio de fotos e vídeos recentes trazidos pelos moradores, que responsabilizam a Prefeitura de São Paulo e do governo do Estado pela situação. Euclides Mendes, do Movimento das Áreas Alagadas do Pantanal, cobrou providências. “O prefeito garantiu que ia abrir uma comissão para discutir esses assuntos, mas até agora nada foi feito”, disse Mendes. Ele ainda convidou os vereadores para averiguar pessoalmente as dificuldades enfrentadas pelos moradores do Jardim Pantanal. Os vereadores da comissão não marcaram data para fazer a visita. Membros da CPI, os vereadores do PT Alfredinho e José Américo criticaram a omissão da prefeitura e do Estado para resolver o problema. José Américo lembrou que o ex-governador Serra reduziu a verba para retirada de entulho do Rio Tietê. Anos atrás a calha do rio foi rebaixada, mas sem manutenção sua profundidade diminuiu. Os moradores dos bairros alagados alegam que as enchentes ocorreram por falta de limpeza do rio. Eles culpam também a barragem no Tietê existente na altura do bairro da Penha, cujas comportas controlam o volume da água do rio no trecho em que ele corta a área urbana da cidade. “A prefeitura não limpa as galerias de águas pluviais e o governo do Estado não limpa a calha do Tietê. Só pode dar enchente”, enfatizou José Américo. Moradores do Itaim Paulista e de São Miguel, que ficam próximos à área alagada, os vereadores João Antônio e José Ferreira, o Zelão, disseram que nunca viram os três bairros sofrendo com as enchentes como no último verão. Representante da Sabesp, Marco Antonio Lopez Barros defendeu o trabalho que a estatal vem fazendo na região em relação à limpeza de córregos e manutenção da rede esgoto. O representante da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado, Genivaldo Maximiano de Aguiar, negou que a operação da barragem do Tietê tenha contribuído para a enchente nos bairros e a demora para que as águas baixassem. A CPI ouviu também Eugênio Pavicic, superintendente da Usina de Asfalto da prefeitura, e Sérgio Alcala, supervisor do órgão, sobre a qualidade do serviço de pavimentação e tapa-buraco da cidade.
