Veja o documento (extraído do Brasília Confidencial)
Um documento obtido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) comprova que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estudou, em 1999, a privatização de bancos públicos, entre eles o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES, entre outros, além de outros ativos na área de geração e transmissão de energia. Trata-se de memorando de Política Externa elaborado pelo Ministério da Fazenda com metas que seriam submetidas ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Na época, o atual presidenciável do PSDB, ex-governador José Serra era o ministro do Planejamento de FHC.
No dia 8 de março de 1999, o memorando do Ministério sobre o “ajuste fiscal” que seria realizado pelo governo de FHC comemorava que o “programa governamental”, “apoiado pelo FMI, Banco Mundial, BID, BIS e pela maioria dos países industrializados” teria continuidade com a “redução do papel dos bancos públicos na economia”. O documento da Fazenda lembrava que “o Banco Meridional, uma instituição federal, foi privatizado em 1998 e em 1999 o sexto maior banco brasileiro, o Banespa, agora sob administração federal, será privatizado”.
Além disso, o governo estudava vender instituições públicas como o “Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES”. Eles estariam sujeitos a “possíveis alienações de participações”, com “vendas de componentes estratégicos, transformação em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha”. Segundo o memorando, o governo já havia decidido realizar a privatização da administradora de ativos afiliada ao Banco do Brasil (BB/DVTM) e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), reiterando o compromisso de “acelerar e ampliar o escopo do programa de privatização, que já se configura como um dos mais ambiciosos do mundo”.
O documento anunciava ainda que, em 1999, o governo FHC pretendia “completar a privatização das companhias federais geradoras de energia” e, em 2000, iniciar “o processo de privatização das redes de transmissão de energia”.