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terça-feira, 25 de outubro de 2011
Total de delitos no Estado de São Paulo neste trimestre é recorde desde 1995
Tendências criminais no 3º trimestre de 2011 no Estado de São Paulo.
Os crimes em São Paulo, em especial os crimes contra o patrimônio, estão subindo e voltando aos patamares elevados observados durante a crise de 2008/2009, ainda que a desaceleração da economia não seja tão forte agora como naquela ocasião. Confirma-se assim o ciclo de alta que vínhamos apontando aqui, com três trimestres de desaceleração da queda seguidos de 3 trimestres de alta efetiva da criminalidade.
Os crimes violentos aumentaram em média 9% neste 3º trimestre de 2011, comparado ao mesmo período de 2010, mas este indicador agregado esconde aumentos maiores e menores, dependendo do indicador.
Vejamos em detalhe: depois de voltar ao patamar dos 14 mil veículos roubados em 2008, os roubos de veículos voltam novamente ao patamar dos 20 mil casos por trimestre. Em termos de taxa por veículo, já que a frota também cresceu no período, fomos de 80 para 91:100 mil. Em termos de variação, houve um crescimento de 20% neste trimestre comparado ao ano anterior e este já é o quarto trimestre consecutivo com elevação. Os furtos de veículo subiram 3,4% neste trimestre e estamos no quinto trimestre consecutivo de crescimento, confirmando tendência de alta. Latrocínios crescem 7,4% comparado ao mesmo período do ano anterior e furtos outros 4,9%. Roubos outros voltam a ultrapassar o patamar dos 60 mil casos por trimestre e crescem 8,8% em relação ao 3º trimestre de 2010.
O número de sequestros passa de 11 casos no 3º trimestre de 2010 para 17 casos neste trimestre e neste caso o melhor é usar os números absolutos, uma vez que a quantidade de casos é diminuta. O mesmo ocorre com os roubos a banco que vão de 41 para 68 casos no mesmo período. Dos crimes principais, apenas roubo de carga revela queda no trimestre, mas como discutimos antes, o dado pode estar subestimado pois deixou de ser corrigido durante alguns meses neste ano.
O aumento de 12% no número de prisões neste trimestre, alardeado como eficiência policial, na verdade reflete o crescimento da criminalidade, pois prisões tendem a acompanhar o volume de roubos.
Seguindo o processo já descrito, o aumento dos crimes patrimoniais gera aumento da sensação de insegurança e aumento das armas em circulação para função de defesa (evidência disto é que as apreensões de armas feitas pela polícia subiram 7% no trimestre). Como resultado os homicídios no trimestre crescem 12% em relação ao mesmo período do ano anterior e as tentativas de homicídio 8,8%. Se tomarmos apenas o terceiro trimestre de 2011, com 1063 homicídios dolosos, e uma população estimada em 41.739.416 habitantes, teremos uma taxa de 10,19:100 mil, novamente acima do limite epidemiológico razoável...
Estas tendências negativas explicam porque o total de delitos no Estado de São Paulo no trimestre, de 524.647 casos, é recorde desde que a série começou a ser computada em 1995!
O governo do Estado desconstrói rapidamente nesta gestão o que custou anos de sacrifício das polícias para construir.