Estadão - 21/08/2011
Com lotação de CDPs, famílias têm de levar até papel higiênico para presos
Se não bastasse a falta de espaço e as condições insalubres nas celas, a superlotação dos Centros de Detenção Provisórias (CDPs) de São Paulo está obrigando familiares a sustentar parentes presos com produtos básicos, como papel higiênico, sabonete, sabão em pó, pastas de dente, detergente e até camisetas brancas e calças cáqui, os uniformes das prisões.
A situação foi confirmada por funcionários de CDPs, defensores públicos, integrantes da Pastoral Carcerária, entidades que participam do mutirão judicial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em presídios paulistas e familiares de presos.
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''Em 3 meses, gastei R$ 2 mil'', diz pai de preso
Cada CDP tem sua regra sobre o que pode ou não entrar no pacote de produtos para o detento.
O defensor público Marcelo Carneiro Novaes lembra que familiares devem levar cobertores, lençóis e blusas de frio. Por causa da superlotação, muitos presos dormem no chão. Mesmo no inverno, o banho é frio. Sem falar na falta de remédios e serviços médicos e odontológicos.
Nos CDPs, médicos são apelidados de "Dr. Dipirona", porque, segundo eles, receitam a substância para diversas doenças. "Ainda há racionamento de água e a estrutura elétrica está danificada por causa da superlotação", diz Novaes
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Prática dá força a facções, alerta Pastoral
O advogado da Pastoral Carcerária, José de Jesus Filho, afirma que a omissão do Estado traz consequências graves, como o fortalecimento de grupos criminosos, como a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Moradores de rua e pessoas sem condições de se sustentar nas cadeias também têm de se aproximar do PCC