Esta é a interatividade da internet, rompendo com o modelo emissor-receptor e tornando cada leitor um crítico daquilo que lê.
Primeiro algumas das críticas do leitores, depois o artigo.
EM TEMPO: o UOL tem dedicado inúmeros artigos defendendo os lucros das montadoras brasileiras após o R7 denunciar que carros produzidos no Brasil e exportados são vendidos por preços muito inferiores aos praticados aqui.
Erick Leite
publicado há 2 horas
Se o custo brasil é grande e nao o lucro brasil que é grande (como o "especialista" ae diz) pq as empresas montam suas fabricas aqui para exportar para a Europa e demais paises? E mesmo com a taxa de importação nos paises da Europa (que também é alta) o carro feito aqui e comprado lá é tão mais barato?? ( no carro citado no texto deu R$10000 de diferença é muita coisa!!). Só me resta perguntar... Quanto você recebeu para escrever toda essa bobagem???
Guilherme-Português
publicado há 2 horas
Engraçado, moro na Suíça e qdo fui ver o preço do Fox ano passado fiquei indignado. Aqui custava mto menos de 20 mil reais na época (contra os 28 citados pelo autor), pois o Franco Suíço estava menos valorizado. E ele vinha completo: abs, air bags, travas e vidros elétricos, direção hidráulica, etc. Duvido tb q no Brasil completo ele custe apenas 38 mil. O q eu nao entendo eh q mesmo com a diferença fiscal, o carro foi feito no Brasil, transportado ai dentro, depois enviado pra algum porto na europa, transportado dentro da Europa (Suíça nao tem mar), pagou um certa quantia de impostos em todos os processos e ainda sim chega a ser vendido pela metade do preço em um país cujo poder aquisitivo eh pelo menos 5 vezes maior que o Brasil. Ou a VW eh mto boazinha com os Suíços ou quer fazer os brasileiros de idiotas, inclusive com esse texto que não esclarece nada.
C@c0
publicado há 2 horas
Tava demorando né, pras montadoras pagarem um "especialista" d plantão e comprarem espaço pra tirar o delas da reta depois q a lorota da "culpa dos altos impostos" caiu... É...
skatembado
publicado há 3 horas
no brasil tudo é grande , incruzívi a ladroagem. já viu !!!
Quinco7
publicado há 3 horas
A taxa de lucro dessas montadoras é tão insignificante que retirou a Fiat do Buraco, e hoje vendemos mais Fiat aqui que na Itália, o mesmo em relação aos outros países.A nossa taxa de lucro é tão pequena, ultimamente ,que as REMESSAS INTERNACIONAIS de LUCROS dessas montadoras batem recordes em cima de recordes por aqui, ao contrário do resto do mundo.
João Barcelos
publicado há 3 horas
Matéria comprada. Que vergonha!
marcseth
publicado há 3 horas
Quando estava lendo a matéria pensei o seguinte "Essa matéria me parece encomendada", bom pensando eu que seria o único a acreditar nisso e não é que para minha surpresa muitos que leram essa matéria acharam o mesmo! Esta claro que é uma matéria armada para tentar blindar a imagem das montadoras. Se as montadoras divulgarem as planilhas de custo por carro já seria um adianto. Sabe quando elas farão isso? Acertou quem disse nunca. Enquanto isso os otários que somos, vamos pagando no carro mais caro do mundo. Será que tem algum troféu para isso? Se tiver é só mandar para o Brasil.
carlucio
publicado há 4 horas
Mais um jornalista com essa muletinha ridicula de culpas impostos e custo Brasil, ta na cara que não é só isso, qualquer pessoa que sabe fazer contas pode notar que nem com 100% de imposto os preços ficariam tão altos, não adianta as montadoras ficarem comprando materias pra tentar nos enganar.
Yaciszk
publicado há 4 horas
Puxa nada contra os tempos atuais.....mas ja esta demais, o governo facilita até pra vc comprar qualquer carro, até mesmo uma ferrari, casa própria???....nem pensar é um sufoco, e o oque se vê por ai, é esta enxurrada de carros sem fim. Tudo caro, sem segurança, impostos que ñ acabam mais. Minha cidade aqui do interior nem nas ruas podemos andar nem siquer estacionar por causa deste caos Urbano que se transformou. Quem pode tem 3 , 4 . É o fim dos tempos, seria bom uma politica de transportes públicos mais avançada e urgente. Virou bagunça e o nosso mundo Lar oque vai ser?.....
telecurso2000
publicado há 4 horas
Ta na cara que essa matéria é encomendada.
1 resposta para: telecurso2000
crforti
publicado há 3 horas
Óbvio. Mas o cara é inocente e cita uma pesquisa encomendada pela Anfavea!!! Os mais interessados em sustentar o preço? Só um trouxa para acreditar nisso.
'Levo dois': o preço do carro muito além do lucro
FERNANDO CALMON Colunista de UOL Carros
Ciclista protesta contra uso de carros e em favor das bikes na Cidade do México (em suas costas lê-se "No + coches"); naquele país, comércio de veículos seminovos e usados dos EUA deprime produção e demanda por carros novos, forçando baixa nos preços
Nos últimos dias, houve discussão e revolta em razão dos preços dos carros brasileiros em comparação ao exterior, principalmente de modelos semelhantes vendidos no México. Claro que a crítica mais fácil aponta para a ganância e o lucro fácil em nossas terras. No entanto, se deve exercitar um pouco de aritmética e procurar entender que a ineficiência de fatores produtivos em uma economia inclui implícitos como burocracia, cipoal legislativo, impostos invisíveis e corrupção.
Atentando apenas ao explícito, o Brasil se tornou um país caro com a política cambial que valoriza o real frente ao dólar. Qualquer um que viaje ao exterior sabe que do tênis ao quepe o preço é metade daqui. O real forte tem o grande mérito de escancarar as ineficiências brasileiras, ao contrário do passado de moeda fraca. Ao mesmo tempo o câmbio promove fortes distorções comparativas.Indo mais longe, com ajuda da aritmética e do preço de um sanduíche: um automóvel compacto nos EUA custa 3.000 Big Macs; aqui, 1.500 Big Macs. Pode eleger o culpado que achar melhor entre o sanduíche muito caro ou o carro muito barato. Em 2003, um Fiat Mille custava US$ 4.821 e hoje, US$ 14.465. Para sorte do comprador, pagará em reais 54% mais (abaixo da inflação acumulada em oito anos). Já o preço em dólar triplicou, o que explica a dificuldade de exportar.Mais importante, não dá para discutir o lucro sem saber o custo. Estudo mais recente da consultoria PriceWaterhouseCoopers, encomendada pela Anfavea, tomou a China como o país de referência. No México, o custo total de produção é 20% maior e no Brasil nada menos de 60%. Dessa forma, o País precisa acordar, pois fica difícil competir frente a esse abismo.Para comparar preços em dólares no mercado doméstico mexicano é preciso cuidado. As vendas de veículos novos estão atrofiadas (apenas 800.000 unidades/ano, 80% menos que o Brasil) pela concorrência predatória de carros seminovos e usados dos Estados Unidos, mercado gigantesco e de impostos baixíssimos. O preço do usado segura o do novo, à custa de empregos na indústria. O próprio México tem carga fiscal bastante inferior, bem como todos os países vizinhos do Brasil. Para agravar, nos últimos cinco anos o real se valorizou 29% e o peso mexicano caiu 16%, ambos frente ao dólar.MERCADOS DIFERENTESInteressante como ninguém teve a ideia de confrontar com a Europa. Vende-se o Fox paranaense na Suíça, em francos, pelo equivalente a R$ 28.000 (sem rentabilidade, segundo a VW) contra R$ 38.000 aqui, no mesmo nível de equipamentos. A diferença é a carga fiscal, porém a tese aloprada do Lucro Brasil só permite exemplos do México ou da Argentina.Por falar no país "hermano", os compradores argentinos ganharam um bem humorado apelido nos tempos em que o Brasil fazia maxidesvalorizações de sua moeda. Eram os “Da-me dos” ("Levo dois", em português), pois entravam nas lojas e de tão barato levavam duas unidades de tudo. Que pena não podermos ir ao México comprar dois carros pelo preço de um e exportar para o Brasil sem ônus fiscal.Em resumo, com impostos e ineficiências brasileiras, temos o carro mais caro do mundo; com carga tributária justa e sem o Custo Brasil, a história seria outra.Siga o colunista: www.twitter.com/fernandocalmon
Por que o carro no Brasil é tão caro?
Saiba que a culpa também é sua
Altas margens de lucro, impostos e custos de produção mandam preços para as alturas
Divulgação
Automóveis vendidos no Brasil são de 30% a 80% mais caros que os comercializados no exterior
Lucas Bessel, do R7O carro que o brasileiro compra é de 30% a 80% mais caro que o veículo vendido para consumidores que vivem em países como Estados Unidos, Argentina ou México. E, embora as montadoras responsabilizem exclusivamente os altos impostos e os elevados custos de produção pelos preços, o real motivo não é assim tão simples. Especialistas ouvidos pelo R7 dizem que o mercado brasileiro ainda é pouco desenvolvido e pouco educado. O consumidor aceita pagar altos valores por veículos geralmente defasados e mal equipados porque, na maioria das vezes, dá atenção apenas ao valor da parcela do financiamento, ignorando o valor total, os juros e os longos prazos. A consequência disso é que, de acordo com estudo do banco britânico Morgan Stanley feito em 2009, a margem de lucro de algumas montadoras é três vezes maior no Brasil do que em mercados similares. A culpa pelos altos preços, portanto, também é sua, minha e do nosso vizinho. Embora os fabricantes brasileiros não divulguem suas margens de lucro e não façam comentários sobre o assunto, é possível ver a questão pelo contexto mundial. O analista alemão Stephan Keese, especialista em mercado automotivo da consultoria Roland Berger, diz que o Brasil ajudou a "salvar" os resultados globais de montadoras que não foram tão bem assim em outros países. - Basicamente, todo o dinheiro que a Fiat ganhou no ano passado foi por causa da operação no Brasil. As montadoras ganham um bom dinheiro no país. A mesma lógica vale para fabricantes como a General Motors, cuja matriz americana precisou ser resgatada pelo governo para não quebrar completamente durante a crise financeira iniciada em 2008. As vendas em países emergentes, onde carros de projetos antigos, que já "se pagaram", ainda são aceitos pelos consumidores, ajudaram a tirar os fabricantes do buraco. Para Mauro Zilbovicius, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP e coordenador do laboratório de estudos da mobilidade, o mercado é, em grande parte, responsável pelo preço. - No Brasil, estamos acostumados a associar preço a custo, e não se trata disso. Preço é uma questão de mercado. Se o produto vende, é porque tem alguém que está disposto a comprar. Aqui, [o carro] é mais caro porque tem gente disposta a pagar. E o preço mais alto aqui pode compensar uma margem menor [das montadoras] no exterior.
Honda City fabricado no Brasil custa mais barato no México que no mercado nacional / Divulgação Brasil x México x Argentina O mercado nacional de automóveis é o quarto maior do mundo, atrás de China, Estados Unidos e Japão. Em 2010, mais de 3,3 milhões de carros e veículos comerciais leves foram vendidos, número 10,5% superior na comparação com 2009. O Brasil também exporta para países como México e, com base nos preços praticados lá, podemos ter uma ideia melhor de como são altos os valores por aqui. Exemplo 1: o Honda City fabricado no Brasil e exportado para o México custa, por lá, o equivalente a R$ 29.379. Ainda que aplicássemos sobre o preço final a carga tributária máxima para veículos vendidos aqui (36,4% - que, na realidade, vale para veículos de cilindrada maior), o valor por lá ficaria em R$ 40 mil - são R$ 15 mil a menos do que o preço do City de entrada no Brasil. Exemplo 2: o Volkswagen Gol 1.6 feito em São Bernardo do Campo (SP) custa R$ 17.863 para os mexicanos. Mais uma vez, se aplicássemos a carga tributária máxima para veículos vendidos aqui, o valor por lá ficaria em R$ 24.365. São praticamente R$ 9 mil a menos do que o preço brasileiro. No caso de veículos importados da Argentina - como Ford Focus e Chevrolet Agile (veja tabela abaixo) - os valores praticados aqui também são consideravelmente mais altos, sem mencionar o fato de que muitos desses veículos são vendidos lá fora com mais equipamentos em sua versão básica do que aqui no Brasil.O aço usado no Brasil é até 40% mais caro do que em outros países, segundo a Anfavea / Divulgação Produção e impostos contribuem para o preço Então toda a culpa pelos preços altos é das montadoras, que têm margens maiores, e dos consumidores, que aceitam pagar qualquer valor por um carro? Não exatamente. Embora os fabricantes tentem "fugir da responsabilidade", o argumento de que os custos de produção e logística no Brasil são maiores é válido. Para o consultor Keese, esse é um dos fatores que prejudicam a competitividade do Brasil. - Além dos custos de materiais, o custo humano [salários, benefícios e outros encargos trabalhistas] é relativamente alto no Brasil, se considerarmos o nível de qualificação da mão de obra. O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, afirma que a entidade prepara um amplo estudo, feito por uma consultoria internacional, que vai avaliar a competitividade do Brasil em toda a cadeia produtiva - para identificar onde o país pode aplicar medidas que desonerem a fabricação de veículos. - Precisamos trabalhar para melhorar a competitividade no Brasil. Para se ter uma ideia, o aço que usamos aqui é até 40% mais caro do que em outros países. Quanto aos impostos, na comparação com os mercados desenvolvidos, a tributação brasileira é consideravelmente mais alta. Nos EUA, as taxas representam 6,1% do preço final, cifra que sobe para 9% no Japão e 16% na Alemanha. Basta fazer as contas, no entanto, para notar que os impostos não são os únicos responsáveis pela diferença de preços.Hyundai aproveitou o mercado favorável e emplacou o hatch i30 na liderança do segmento / Divulgação Preços favorecem importação Uma das consequências dos altos preços de carros no Brasil, aliados a taxas de câmbio favoráveis, é que o mercado fica extremamente favorável aos importados, como comprovam os números de vendas de janeiro. No mês passado, os automóveis vindos de fora representaram 23,5% do total de vendas no país. Seis anos atrás, eles representavam apenas 5%. De acordo com o professor Zilbovicius, diante de preços tão altos, as marcas de fora encontram um bom cenário para "comprar mercado", como é o caso das sul-coreanas Hyundai e Kia e, posteriormente, das chinesas que começam a pipocar por aqui. - São montadoras com boa escala de produção lá fora e que chegam aqui para comprar mercado. Em vez de montar uma fábrica no Brasil, eles preferem investir em mídia e preço menor. Primeiro, abrem mão de margem de lucro para depois, no futuro, investir em fábrica. Como os números mostram, a tática tem funcionado. O consumidor vê as vantagens de comprar um veículo que, mesmo pagando os tributos "normais" e as taxas de importação, chega aqui a preços competitivos na comparação com as outras opções disponíveis nas concessionárias.