Com toda certeza, ser motorista de ônibus em Ribeirão Preto é um dos piores trabalhos oferecido na cidade. Com um calor que chega a ultrapassar os 35*C durante o dia, sem ar-condicionado e sem cobrador (em Ribeirão apenas o motorista trabalha dentro do veículo, muitas vezes dirigindo com os joelhos - literalmente - enquanto faz o troco da passagem para o usuário e tenta evitar atrasar o itinerário), Ribeirão Preto precisa hoje de uma reestruturação no seu transporte coletivo muito mais do que um Aeroporto Internacional (reivindicado pela prefeita).
Os motoristas e fiscais, assim como os usuários do sistema, sequer possuem sanitários nos terminais urbanhos; e para almoçar, os motoristas normalmente sobrevivem com um salgado e um refrigerante, comido sobre a direção uma vez que as companhias "toleram" um intervalo de 15min para o almoço.
Este é o transporte da cidade que, um dia, se proclamou a "Califórnia Brasileira"; Não, ela não é.
Abaixo, reportagem do Jornal A Cidade (de Ribeirão Preto): Exemplo claro de um jornal da elite, feito pela elite e para (os interesses) da elite, que obviamente não utiliza os serviços de transporte público na cidade. O jornal não avalia em sua matéria a qualidade do transporte urbano da cidade, não avalia as condições de trabalho dos motoristas, mas critica os trabalhadores por 1 dia em que o péssimo transporte da cidade parou, procurando insuflar a classe média contra a paralisação.
Ao menos 100 veículos do transporte público estão estacionados nas principais ruas da cidade e prejudicam usuários do serviço e também do transporte particularÔnibus parados tumultuam Centro de Ribeirão Preto
Abaixo, reportagem do Jornal A Cidade (de Ribeirão Preto): Exemplo claro de um jornal da elite, feito pela elite e para (os interesses) da elite, que obviamente não utiliza os serviços de transporte público na cidade. O jornal não avalia em sua matéria a qualidade do transporte urbano da cidade, não avalia as condições de trabalho dos motoristas, mas critica os trabalhadores por 1 dia em que o péssimo transporte da cidade parou, procurando insuflar a classe média contra a paralisação.
Pelo menos 100 ônibus do transporte público de Ribeirão Preto estão parados nas ruas da área central de Ribeirão Preto desde as 8h desta sexta-feira (3), em protesto contra o reajuste oferecido pela classe patronal aos motoristas, e provoca congestionamento e tumulto, além de prejudicar cerca de 70 mil usuários. A população deve evitar circular com seus veículos pelo local e não há previsão para o fim da paralisação.
O número de ônibus parados foi divulgado pelo presidente do Sindicato dos Motoristas de Ônibus, João Henrique Bueno, mas pode ser maior. O vice-presidente do Sindicato, Alcides Lopes de Souza Filho, disse que todos os 314 veículos da frota deixaram de circular. Há relatos de usuários que tentaram pegar ônibus em pontos fora do Centro, nas zonas Oeste e Leste, e não conseguiram. Os pontos estão lotados por pessoas que não foram informadas do protesto.
A retaliação aos patrões, decidida na quinta-feira (2) em assembleia, ocorre em repúdio à proposta de reajuste salarial de 6,3% feito pela Transurb (Associação das Empresas de Transporte Coletivo). Eles também querem melhorias nos benefícios. Hoje, o salário dos motoristas é de R$ 1.202,39.
O presidente do sindicato, João Henrique Bueno, no entanto, diz que tem a informação de que os veículos só voltarão a rodar normalmente quando for feita uma nova negociação com os patrões. Eles estão reunidos neste momento, na tentativa de um acordo. Caso não haja negociação nesta sexta, haverá nova paralisação na segunda, prometem os motoristas.
A paralisação afeta ruas como Américo Brasiliense, Florêncio de Abreu, Visconde de Inhaúma, Duque de Caxias, Cerqueira César, Tibiriçá, Barão do Amazonas, avenidas Francisco Junqueira e Jerônimo Gonçalves e a região da rodoviária. As ruas que cruzam com estas também foram afetadas, o que tornou a circulação pelo Centro quase impossível.
Os ônibus pararam em um dos lados das vias, formando filas, e deixaram uma faixa livre, mas mesmo assim o trâsnsito ficou complicado e algumas ruas chegaram a ficar fechadas. A via que registrou mais problemas foi a Barão do Amazonas, que ficou totalmente parada em certo período, devido ao trânsito de caminhões que ainda estavam no local para carga e descarga.
Usuários
Além dos motoristas que não conseguiram circular pelo Centro, foram prejudicados os usuários do transporte público. Cerca de 70 mil usuários foram prejudicados, segundo estimativa do sindicato.
Muitas pessoas precisam do serviço para se deslocar ao trabalho e tiveram que recorrer a táxis e mototáxis.
Os mototaxistas do Centro, que não possuem taxímetro como os táxis, aproveitaram a demanda para subir os preços e estavam cobrando até R$ 30 por um corrida.
Gerenciamento
A Polícia Militar destacou 30 homens de seu efeitvo para ajudar a controlar o trânsito no Centro durante a paralisação. A Transerp — empresa que gerencia o trânsito e transporte público — também tinham funcionários nas ruas passando informações sobre o tráfego.
A Transerp divulgou uma nota em que pede para que as negociações entre as empresas do transporte coletivo e o Sindicato dos Empregados da categoria sejam agilizadas e que tenham como prioridade a manutenção dos serviços para a população.