05/02/2011 - 07h00
JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO
Com suas fachadas restauradas desde agosto de 2010, o Palácio dos Campos Elíseos, que foi sede do governo paulista até 1965, é a perfeita imagem da expressão "por fora bela viola, por dentro pão bolorento".
Localizada na avenida Rio Branco (centro de SP), a construção do fim do século 19, em estilo eclético e cujo primeiro proprietário foi o barão do café Elias Chaves, virou moradia de pulgas, cupins e gatos.
O piso original de madeira está apoiado sobre escoras para não despencar.
Os lustres, pesados demais para o teto podre, foram colocados em um auditório no porão, próximo a um local onde há um cofre "que nunca ninguém conseguiu abrir", segundo conta a arquiteta Maria Vitória Fischer, da Companhia de Restauro, responsável pela recuperação das fachadas e do telhado de cobre e ardósia.
A parte externa está, por enquanto, impecável. Porém, se a reforma interna não for feita logo, o exterior pode não durar muito tempo.
Os muros, também restaurados, já foram pichados. E, mesmo com a presença de seguranças 24 horas, resolveu-se pintar os dutos de água pluvial, réplicas dos originais, da cor da parede.
"Ia ficar lindo sem pintura, da cor do cobre, mas os noias entravam e roubavam para vender", relata a arquiteta.
O edital de licitação para a segunda fase das obras de recuperação do interior do palácio e de seus jardins e fontes deve ser lançado ainda neste semestre. A previsão de custo da obra é de R$ 21 milhões, informou a Secretaria de Planejamento.
A ideia de levar para lá o governo do Estado, porém, foi abortada e futuro do prédio ainda está sob análise.
A princípio, o palácio será utilizado para despachos eventuais do governador e para eventos. O prédio também será aberto à visitação pública guiada.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Fachada principal do Palácio dos Campos Elíseos, no centro de São Paulo |
http://www1.folha.uol.com.br/poder/870993-restaurado-por-fora-palacio-em-sao-paulo-e-morada-de-pulgas.shtml