(da Folha de SP)
Vinte e duas pessoas foram denunciadas ontem pelo Ministério Público Estadual sob acusação de fraudar o sistema de emplacamento de veículos no Estado de São Paulo . Dos 22 denunciados, 9 são delegados da Polícia Civil. Os outros 13 são ligados às empresas de emplacamento que, entre outros crimes, teriam manipulado pregões.
Os delegados são: Ronaldo Tossunian, Adriano Rodrigues Alves Caleiro, Antonio Rossi dos Santos, Geraldo Tadeu de Almeida, James Willian Mecchi, Nobuo Ozeki, José Roberto Fernandes Coleti, Giovana Valente Clemente e Ivaney Cayres de Souza, ex-chefe do Detran.
Souza afirmou que "todos os atos praticados no Detran foram dentro dos ditames da lei" e aprovados pelo Tribunal de Contas. Os outros delegados não foram localizados.
Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, irregularidades nos contratos do Detran (Departamento de Trânsito) para emplacamento e lacração de veículos no Estado podem ter causado um rombo de R$ 30 milhões aos cofres públicos nos últimos anos.
A fraude teria acontecido em 2006, quando cinco empresas burlaram a licitação pública para fazer com que a empresa Centersystem ganhasse o serviço de emplacamento na capital e a Cordeiro Lopes, em todas as outras cidades do Estado.
A investigação apontou que, somente em julho, agosto e setembro de 2009, a Cordeiro Lopes cobrou R$ 16.338.744,39 por serviços prestados, mas, na verdade, o Estado deveria ter pago R$ 6.565.912,46 --diferença de R$ 9.772.831,93.
Em fevereiro deste ano, o governo de São Paulo rescindiu nove contratos com a Cordeiro Lopes. Cássio Paoletti Júnior, advogado da empresa, nega ter havido superfaturamento. Nenhum representante da Centersystem foi encontrado ontem.
A Justiça ainda vai decidir se aceita a denúncia.
A Justiça ainda vai decidir se aceita a denúncia.