Pela segunda vez, o PSDB, partido do atual governo paulista, tentou barrar a campanha publicitária da Associação dos Delegados de
Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) e, novamente, teve sua pretensão negada pela Justiça Eleitoral. O pedido foi julgado improcedente nesta quarta-feira (18/8) pelo desembargador Luiz Francisco Aguilar Cortez, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
De acordo com a Coligação Unidos Por São Paulo, que reúne o PSDB e outros partidos aliados, a campanha publicitária da Adpesp, que já completou duas fases, interferiria no ambiente eleitoral, por apresentar conteúdo político. O partido também alegou que a associação estaria promovendo campanha eleitoral negativa contra o partido.
O desembargador, por sua vez, concordou que as manifestações da Adpesp são meramente informativas, e que descrevem fatos sem conteúdo eleitoral. De acordo com o desembargador, a campanha da associação, que é apartidária, visa apenas defender os interesses da classe dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo.
A campanha, que tem tido boa repercussão na mídia e na sociedade, traz à tona a realidade do Delegado de Polícia paulista. Entre outros pontos, a iniciativa mostra que os Delegados de São Paulo têm os piores salários do país. “A decisão do Poder Judiciário pela segunda vez comprova o caráter institucional de nossa campanha e que a população tem o direito de saber o descaso com que a segurança pública vem sendo tratada ao longo destes anos. Reafirmamos que somos apartidários e que os números que abrimos à sociedade estão disponíveis e são oficiais”, destaca Marilda Pansonato Pinheiro, presidente da Adpesp.
As informações estão sendo divulgadas em veículos de comunicação. “Esses números são vergonhosos para nosso Estado, e agora, amparados mais uma vez em uma decisão judicial, estamos tornando público o caos noticiado em nossa campanha. O simples fato de o partido do Governo de SP tentar barrar nossa informação mostra que ele também deve se envergonhar disso e resolver a questão de uma vez por todas, a sociedade não pode mais esperar, isto precisa mudar”, conclui.
Problemas continuam – os números apontados sequer foram contestados e mostram a situação de emergência em que a Polícia Civil paulista se encontra. A Associação também se prepara para colocar a terceira fase da campanha no ar.