Por: Suzana Vier e Anselmo Massad, Rede Brasil Atual
Publicado em 09/08/2010
São Paulo - José Serra (PSDB), candidato à Presidência da República, afirmou não ter respostas prontas sobre políticas para geração de empregos. Durante o evento "Candidatos à Presidência falam aos empreendedores do Brasil", promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o tucano prometeu reduzir a carga tributária e fez críticas ao sistema eleitoral.
Questionado por uma participante sobre a solução para o desemprego, o candidato não ofereceu saídas. "Se você me perguntar uma fórmula para isso, agora, não tenho, sinceramente. O que tenho é disposição para enfrentar", declarou. Ele mencionou estratégias de treinamento técnico e qualificação como opções, mas recusou-se a entrar em detalhes.
Além de Serra, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Marina Silva (PV) participaram do encontro. Dilma Rousseff (PT) declinou o convite e passou o dia no Rio de Janeiro, em campanha.
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Apesar de o tema estar relacionado aos empresários, Serra dedicou-se a discutir o sistema eleitoral e a distribuição do horário eleitoral gratuito. Ele proôs que o voto distrital misto seja aplicado nas cidades onde possa haver segundo turno – as que contam com mais de 200 mil eleitores. Serra voltou a criticar o loteamento político de cargos no governo e reiterou a necessidade de se "estatizar órgãos governamentais".
O tucano prometeu facilitar a abertura e fechamento de empresas e defendeu a adoção de programa análogo à Nota Fiscal Paulista, em nível federal, para combater a sonegação de impostos. Serra considera que a carga, atualmente estimada em 35% do Produto Interno Bruto (PIB), é ainda mais alta "para quem paga". "A carga tributária é excessiva, e nesse sentido está uma diferença enorme entre mim e a Dilma. Ela diz que a carga tributária não é tão alta, porque compara com a Noruega, a Suécia. Mas temos de comparar com países em desenvolvimento", criticou.
Sem apontar quando e como, Serra prometeu fazer esforços para garantir que a carga tributária cresça a um ritmo inferior ao da economia. "A gente tem de segurar os impostos quando a economia está crescendo", calculou. Ele também criticou o fato de haver impostos sobre obras de saneamento básico, o que cria uma dificuldade a mais para ações no setor.