Os acompanhantes de Serra em Camboriú
Publicado em 03-Mai-2010
Uma verdadeira saia justa marcou a visita...
Uma verdadeira saia justa marcou a ida do candidato da oposição à Presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS), em sua primeira visita de pré-campanha a Santa Catarina, no fim de semana (sábado, 1º de Maio). Serra participou do 28º Congresso Internacional das Missões em Camboriú.
Foi uma visita para adversário nenhum botar defeito. O oposicionista não chegou a ser recepcionado na chegada e na saída pelo candidato tucano à reeleição, o governador Leonel Pavan, devida e convenientemente escondido pelo próprio tucanato local.
Foi acompanhado, no entanto, por ele durante toda a visita. Claro, com a devida cautela, mantido à máxima distância possível, já que Pavan foi investigado e denunciado pela Polícia Federal (PF) por improbidade administrativa e já sofreu acusações até de lavagem de dinheiro e envolvimento com o narcotráfico.
Poderia ser pior
Mas, poderia ter sido pior. Entre os tucanos que acompanharam Serra haviam ex-prefeitos, mas não estava Edir Olegário (PSDB), ex-prefeito de Camboriú, foragido desde que foi condenado e teve prisão decretada pela Justiça sob a acusação de ser mandante de uma série de atentados contra vereadores da oposição entre 2005 e 2007, e de ter contratado pistoleiro para matar um deficiente físico.
Interessante é que só hoje a grande imprensa noticia - com a máxima discrição - que as autoridades de Santa Catarina (o governador Pavan e a prefeita de Camboriú, Luzia Coppi Mathias, ambos tucanos) gastaram R$ 540 mil no encontro em que pastores evangélicos saudaram Serra como "futuro presidente" e pediram orações por sua eleição no 1º de maio.
No entanto, com o tradicional dois pesos e duas medidas de sempre, no próprio dia 1º de Maio e no domingo, a grande imprensa fez um estardalhaço contra o presidente Lula e sua candidata ao Planalto, Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados). Afirmou, até em manchete de alto de página, que as festas dos trabalhadores pelo 1º de Maio haviam sido transformadas em palanques para promoção da candidatura presidencial da petista.
Detalhe: a festa do 1º de Maio em São Paulo a que compareceram o presidente da República e sua candidata foi patrocinada por empresas e não governos, como em Santa Catarina onde esteve Serra.