Transparência SP
Enchentes na capital e no interior, poluição dos seus principais rios, transporte de massa (metrô e trens) completamente lotados, déficit habitacional de 1 milhão de moradias e falta de saneamento básico.
Nestes últimos dias, este é o quadro do Estado de São Paulo que tem aparecido com frequência na grande mídia.
A falta de investimentos do poder público estadual nos últimos quinze anos é a principal causa para tais problemas.
Durante os anos 80 e começo dos 90, o Estado de São Paulo investia quase 20% do seu orçamento. Foram investidos naquele período cerca de R$ 20 bilhões/ano, em valores atualizados.
Depois de 1997, com o programa de ajuste fiscal de longo prazo assinado pelo governo estadual com o governo FHC, os investimentos caíram para menos da metade. De lá para cá, foram investidos menos de 10% do orçamento por ano. Menos de R$ 10 bilhões/ano.
A lógica empregada tem sido a do ajuste fiscal permanente, com cortes nos investimentos e no percentual das despesas com o funcionalismo público, venda do patrimônio público e aumento de outras despesas correntes (sobretudo terceirizações).
Através do programa de ajuste fiscal de longo prazo, o Estado ficou proibido de contrair novos empréstimos, provocando estrangulamento dos investimentos. Este foi o principal mecanismo de obtenção de superávits fiscais.
Em números, os últimos governos do estado de São Paulo deixaram de incluir nos seus orçamentos pelo menos R$ 150 bilhões em novos investimentos.
Com certeza, com estes recursos, grande parte dos problemas hoje apresentados estariam resolvidos.