30% dos prefeitos de SP dizem que o crack é a droga ilícita mais consumida em seu município
Resposta consta de pesquisa da Assembleia Legislativa. Em segundo lugar entre as drogas ilícitas vem a cocaína, depois a maconha e as drogas sintéticas. Álcool é a primeira entre as lícitas
Natalia Cuminale
Jovem de 16 anos acende cachimbo de crack, na rua dos Gusmões, região da nova cracolândia, no centro de São Paulo (Apu Gomes/Folhapress)
O crack é a droga ilícita mais presente nos municípios do estado de São Paulo, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira pela Assembleia Legislativa de São Paulo. A pesquisa mostrou ainda que a maioria das cidades do estado, 79%, não possuem leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber dependentes químicos. Os dados foram coletados pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. A única droga mais usada que o crack é o álcool, que é lícito.
Droga mais usada
% de respostas dos munícipios paulistas- • Álcool - 49%
- • Crack - 31%
- • Cocaína - 10%
- • Maconha - 9%
- • Drogas sintéticas - 0,59%
Para a pesquisa, foram enviados questionários com dez perguntas para os prefeitos de 645 municípios do estado. Os gestores de 325 cidades – onde se concentra 76% da população do estado – responderam às questões. A pesquisa mostrou que a utilização do crack ocorre em todos os municípios pesquisados.
Entre as questões, gestores responderam quais eram as drogas mais presentes em cada município. No topo do ranking, o álcool respondeu por 49% do total. Já o crack apareceu em segundo lugar, com 31% do total das respostas – seguido por cocaína, maconha e drogas sintéticas.
Segundo a pesquisa, o avanço do crack é mais acentuado em municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes. Em regiões como Barretos, Ribeirão Preto e São José dos Campos, o crack aparece empatado com o álcool, ambos com 38% das respostas.
Do total de pesquisados, 63% dos prefeitos disseram que não ajudam financeiramente instituições ou entidades comunitárias que atendem dependentes químicos. Outro dado mostra que somente 5% dos municípios pesquisados recebem recursos do governo estadual para o enfrentamento do crack e outras drogas. Além disso, apenas 12% recebem verba do governo federal para o combate às drogas.
A pesquisa mostrou ainda dados com o perfil do dependente químico atendido pelo SUS. Segundo os resultados, 80% dos usuários se encontram na faixa etária entre 16 e 35 anos. Nos municípios com população entre 5 mil e 100 mil habitantes, 57% dos usuários estão na faixa etária entre 16 a 25 anos. O que, segundo a pesquisa, demonstra que o problema está mais acentuado entre os mais jovens.