(do Portal PT ALESP, pela assessoria técnica)
O governo paulista enfrenta uma onda de greves dos trabalhadores da CPTM, Sabesp e Paula Souza. As causas podem ser explicadas pelos anos de arrocho, enxugamento da máquina com a falta de realização de concursos e terceirizações, que fazem parte do receituário dos governos do PSDB.
Por outro lado, o bom momento da economia brasileira e a falta de mão-de-obra especializada dão condições aos trabalhadores pressionarem para recuperar parte das perdas passadas.
O governo paulista, se tiver sensibilidade política, poderá recuperar parte das perdas salariais com reajuste ou aumento real, a partir da elevação de consumo que impacta diretamente no crescimento da arrecadação do ICMS, IPVA e na arrecadação do Imposto de Renda recolhido dos trabalhadores que vai para o governo estadual. O maior reajuste salarial poderá desencadear um efeito em cadeia, que fomenta o crescimento da economia paulista e do Brasil, como foi adotado pelo governo Lula no enfrentamento à crise econômica internacional.
Os professores das escolas e faculdades de tecnologia estão parados desde 13 de maio. Há cerca de um ano o governo do Estado admitiu o déficit de 300 profissionais nas Etecs e Fatecs e que as escolas técnicas da rede estadual pagam menos que as federais.
No dia 25/5, numa audiência pública, ocorrida na Assembleia Legislativa, representantes do Sinteps denunciaram que os salários dos professores das escolas técnicas de São Paulo são os menores do país, o vale refeição de apenas R$ 4,00 por dia, e já acumulam um perda salarial de 58%. No entanto, o governo Alckmin ofereceu para a partir de julho o reajuste de 11%.
Entre os itens da pauta de reivindicações dos ferroviários estão reposição salarial combase no período de janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, pelo maior índice (entre INPCIBGE, IPC-Fipe e ICV-Dieese), aumento real de 5% e mudanças no plano de cargos e salários. A data-base é 1º de março. De acordo com o sindicato da categoria, a CPTM propôs reajuste de 3,25%.
Vale ressaltar que de 2005 a 2010, a receita do Estado de São Paulo teve um salto de 126%, pulando de R$ 65,7 bilhões para R$ 149 bilhões, um crescimento de 126%, contra uma inflação no período de 35% pelo IPCA. Ou seja, a receita cresceu em termos reais cerca de 69%. Além disto, neste período, o governo paulista arrecadou a mais do que previa no orçamento a quantia de R$ 46,8 bilhões.
De 2009 até 2010, o crescimento real da arrecadação foi de 13%.
Como ocorreu nos anos anteriores, em apenas quatro meses de 2011, o governo paulista já arrecadou quase R$ 1,55 bilhão a mais que o previsto e deve encerrar o ano com algo próximo a R$ 5 bilhões acima do estimado.
Como ocorreu nos anos anteriores, em apenas quatro meses de 2011, o governo paulista já arrecadou quase R$ 1,55 bilhão a mais que o previsto e deve encerrar o ano com algo próximo a R$ 5 bilhões acima do estimado.
O volume de recursos em caixa do governo paulista, que em dezembro de 2010 chegava a R$ 26,4 bilhões, cresceu ainda mais e, no final de abril de 2011, atingiu o valor de R$ 32,16 bilhões, um crescimento de R$ 5,7 bilhões (+21,6%) - índice duas vezes acima da inflação acumulada no período.
Por todos os motivos orçamentários e financeiros expostos acima, o governo paulista tem todas as condições de apresentar uma proposta de reajuste salarial significativa para todos os setores do funcionalismo público.