(do Transparência SP)
O tucanato já consagrou a expressão no "limite da irresponsabilidade" na era FHC. No Estado de SP, o Metrô caminha para esta situação. Sem investimentos acelerados em novas linhas, sobretudo perimetrais - ligando as regiões sem passar pelo centro da cidade -, o caos no sistema de transporte público e o travamento constante do trânsito já são considerados "normais" na cidade de São Paulo e região metropolitana.
Para além da questão do transporte público, os governos devem priorizar empreendimentos que aproximem os moradores de seu trabalho. Longos deslocamentos são terríveis, tanto do ponto de vista social como econômico.
''Não há mais espaço para colocarmos trens''
(do Jornal da Tarde, por Luisa Alcalde)
"Estamos no nosso limite técnico", admite Mário Fioratti, diretor de Operações do Metrô. "Não é que não temos mais trens para colocar em circulação. Não temos é mais espaço dentro das nossas margens de segurança."
Em 2010, houve 11 interferências na circulação dos trens por tempo maior que cinco minutos. A maioria dessas paradas foi motivada por objetos caídos na via e portas obstruídas.
Em virtude dos incidentes, o tempo médio de viagens do Jabaquara ao Tucuruvi no ano passado cresceu em relação ao de três anos atrás: de 42h34 para 43h41.
Para colocar mais trens em operação - hoje são 42 na Linha 1-Azul em horários de pico -, o Metrô quer reduzir a distância de um trem para outro de 120 metros para 20 metros.
Tecnologia. A companhia está testando, no novo trecho de 3,5 quilômetros do Sacomã à Vila Prudente, o Communication Based Train Control (CBTC), sistema de sinalização usado em metrôs do mundo todo. Isso deve ajudar na fluidez e redução nos intervalo entre os trens - o primeiro vagão passa a transmitir, eletronicamente, informações aos demais, como posição, distância, velocidade e tempos de percurso e de parada.
O CBTC deve reduzir o intervalo de tempo entre trens em 20%. Na Linha 1-Azul poderá haver o incremento de seis a oito trens.
Só esticar a rede de metrô é um modelo insustentável
(por Ailton B. Pires, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos)
São Paulo cresceu com erros.Seu planejamento foi feito apenas pelo empresariado, que construía empreendimentos em locais que considerava lucrativos.O resultado foi um crescimento para a periferia, que afastou as pessoas do trabalho, do ensino. Esse modelo e bastante caro.
Esticar a rede de metro e da CPTM é insustentável. O aumento na oferta de vagas atrai mais e mais usuários, pois a rede é segura e confiável. Por outro lado, compromete-se o conforto e aumentam os custos - financeiros e pessoais, com a perda de tempo.
Esticar a rede de metro e da CPTM é insustentável. O aumento na oferta de vagas atrai mais e mais usuários, pois a rede é segura e confiável. Por outro lado, compromete-se o conforto e aumentam os custos - financeiros e pessoais, com a perda de tempo.
Aumentar a conectividade das linhas e construir mais corredores de ônibus (municipais e intermunicipais) ajudam a aliviar a superlotação. Mas,a longo prazo,continuaremos a construir cidades caras. Por isso, e preciso criar um Plano Diretor Metropolitano eficiente. Os futuros prefeitos precisam discutir como será a região na próxima década, não apenas fazer promessas. Não adianta fazer novas linhas e manter as pessoas morando longe. Assim, problemas com superlotação só aumentam.