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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sabesp fornece água imprópria no litoral paulista

As torneiras do Guarujá e Vicente de Carvalho continuam a receber água da Sabesp (empresa estatal do governo do Estado) que não passa pelo processo de filtragem, como manda a lei. O Diário Oficial do Município de Guarujá trouxe, na edição de 10/9, os laudos da qualidade da água servida nas torneiras da Unidade Básica de Saúde de Vila Edna e na Uniesp (faculdade do Guarujá) que comprovam que o líquido está impróprio para consumo humano.

As coletas são realizadas coletas em vários pontos da cidade, mas a conclusão de que a qualidade da água é insatisfatória em plena unidade de saúde chamou da ONG Princípios, que já move Ação Civil Pública contra a Sabesp desde 2007 e, em janeiro deste ano ingressou com uma medida cautelar, solicitando que o judiciário determinasse medidas drásticas contra a empresa, sob risco de colapso no sistema de saúde pública da cidade.

O advogado da ONG, Sidnei Aranha, disse que pretende anexar os laudos da última semana ao processo, “como forma de mostrar às autoridades judiciais que a Sabesp continua não cumprindo a liminar que determina melhorias na qualidade da água”, explicou Aranha. Segundo o advogado, a divulgação desta informação causou pânico entre a população que procura uma unidade básica para tratar de doenças e não adquirir outras, provenientes do consumo ou contato com água imprópria.

Na Ação Civil Pública, a Sabesp chegou a ser multada em cerca de R$ 100 milhões, devido ao período em que distribuiu água imprópria para consumo humano em toda a cidade, no final de 2009 e início de 2010.

Na época, a água servida no litoral paulista pela Sabesp estava contaminada por trialometanos, uma reação do cloro com materiais orgânicos da água, que dão origem a cloretos, substâncias altamente cancerígena. Isso ocorre em todas as cidades onde não existe estágio de filtração e excesso de cloração da água, como acontece no Guarujá, Baixada Santista e em várias cidades paulistas.

*com informações do Jornal do Guarujá – 11/9/2010

Marginal Tietê ainda tem 53 falhas após três meses da última vistoria

O Ministério Público de São Paulo encontrou quase o mesmo número de falhas na sinalização da marginal Tietê três meses após vistoria que gerou um compromisso formal da Dersa (empresa estatal) de regularizar o problema.

Foram 54 falhas encontradas em placas e faixas de trânsito, no dia 2 de junho, e 53 problemas identificados na fiscalização que foi concluída nesta semana, depois que o prazo acordado expirou.

Com a continuidade dos problemas, a Dersa está sujeita a pagar uma multa de pelo menos R$ 1 milhão. É que, nesta sexta-feira (10/9), completam dez dias desde que o prazo para que o órgão melhorasse a sinalização da via terminou --a multa diária é de R$ 100 mil.

Radares e multas

Até que tudo esteja regularizado, a Promotoria recomendou à CET o desligamento dos nove radares da marginal e a revisão de todas as multas decorrentes das falhas que foram computadas desde a entrega da obra, em março.

Segundo a Promotoria, a estimativa é de que sejam canceladas entre 5.000 e 10 mil multas.

fonte: Agora S. Paulo

Dersa é condenada por não atender representação da Bancada do PT contra multas na Marginal

A Dersa foi condenada a pagar multa diária de R$ 100 mil por dia por causa dos problemas de sinalização nas novas pistas centrais da Marginal do Tietê, inauguradas em março. A decisão inédita foi baseada em laudo técnico do Ministério Público, da promotora Maria Amélia Nardy Pereira que, em agosto, acatou representação do líder da Bancada do PT, Antonio Mentor, e recomendou anulação de todas as multas aplicadas na Nova Marginal.

Diante da representação, a Dersa comprometeu-se a regularizar, até o dia 31 de agosto, a situação das novas pistas, oferecendo aos motoristas a sinalização necessária - na horizontal e na vertical. No entanto, o acordo não foi cumprido pela estatal e, por isso, a multa, que começou a ser calculada no último dia 31, é hoje de R$ 900 mil.

Além de pedir a multa diária caso o acordo não fosse cumprido, a representação da Bancada do PT também afirmava que a circulação de veículos não poderia ter sido liberada sem que a sinalização fosse concluída. “Essas multas estão em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro”, critica o deputado Antonio Mentor, em referência as 4 mil multas emitidas na Nova Marginal desde o dia 27 de março.

A Promotoria pediu também a desativação dos radares da Nova Marginal até que a sinalização esteja concluída. Os motoristas que foram multados e ainda não foram informados sobre a revisão das infrações devem entrar com recurso para garantir o cancelamento da multa.

O Ministério Público também orienta motoristas e pedestres que se envolveram em acidentes provocados pelas falhas na sinalização dos trechos recém-inaugurados a entrarem na Justiça com pedido de reparação por danos morais e/ou materiais ao Governo do Estado.

Governo do Estado faz desmonte e privatiza Hospital Juquery, em Franco da Rocha

Servidores e usuários do Complexo Hospitalar do Juquery, em Franco da Rocha, protestam contra o desmonte. População teme a piora do serviço

No começo da próxima semana, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde) vai denunciar, ao Ministério Público de São Paulo e ao Conselho Estadual de Saúde, o processo de desmonte e privatização do Complexo Hospitalar do Juquery promovido pela governo do Estado.

Na última quarta-feira (8/9), a entidade coordenou um ato público no centro de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, em protesto contra a ação promovida pela secretaria estadual de Saúde.

Participaram trabalhadores e usuários do complexo, além de sindicalistas e políticos. Na ocasião, começaram a ser colhidas assinaturas em defesa da manutenção, pelo Estado, da oferta do serviço de saúde na cidade, além de melhorias e restauração do antigo conjunto arquitetônico. Até agora, já foram colhidas mais de três mil assinaturas.

Raquel Alves Massinelli, da direção regional do Sindsaúde em Franco da Rocha, explica que a população carente do município conta hoje apenas com um pronto socorro mal equipado, além de uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Segundo a atendente de enfermagem, que há 25 anos trabalha no Juquery, o atendimento com especialistas em ortopedia, dermatologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, traumatologia buco-maxilo-facial, reumatologia e urologia é feito no complexo que está prestes a ser desmontado.

"Há pouco mais de um ano, o serviço de ginecologia e obstetrícia deixou de ser oferecido, e as pacientes têm de ir para Caieiras (a oito quilômetros de distância)", diz Raquel. “Já houve caso de mulher que deu à luz no trem, a caminho da maternidade.”

Mais recentemente, o complexo deixou de oferecer atendimento pediátrico. E a chamada praça da saúde, um pronto atendimento construído pela prefeitura – com clínico geral, pediatra e dentista –, ainda não funciona plenamente por falta de profissionais, como médicos e enfermeiros.

Para complicar, segundo a dirigente, o estado construiu um prédio que abrigará um hospital regional referenciado, administrado pela organização social (OS) Santa Casa de Misericórdia. “É bom que haja um hospital novo e equipado, que atenda o município e também toda a região. O problema é que, para ser atendido ali, o usuário precisará de encaminhamento. E onde o morador de Franco da Rocha irá para obter a guia se não houver um pronto socorro na cidade?", lamenta. Segundo Raquel, os cidadãos terão de recorrer a serviços já sobrecarregados de cidades vizinhas.

Lindair Ferreira da Silva sabe bem o que é isso. Em agosto passado, seu filho mais velho sofreu um acidente de moto e foi levado para um hospital na vizinha Francisco Morato. "Três dias depois de operado ficou largado num canto, sem receber remédio, nem cuidado. Não aguentou e assinou um termo de responsabilidade. Disse que 'preferia morrer em casa do que lá', onde era mal cuidado por não ser da cidade", diz. Agora, ele deverá passar por consulta no complexo (do Juquery). "A gente tem que lutar pelo nosso direito", completa.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Saúde não deu entrevista. Apenas divulgou uma nota na qual afirma que “o novo prédio abrigará um amplo centro de especialidades, onde serão feitas cirurgias e atendimentos de alta complexidade, como cardiologia ou politraumas. E o Hospital de Clínicas (onde atualmente funcionam os ambulatórios de especialidades) será transformado em hospital de referência”.

Sem sangue

Até o final da tarde de quinta-feira (9/9), a secretaria não havia respondido se o hospital será aberto à população sem necessidade de guia de encaminhamento para a consulta ou se receberá pacientes encaminhados por outras unidades. Os enfermeiros qualificam esse tipo de serviço de "hospital sem sangue".

Outra preocupação é a transferência dos 2.400 funcionários do complexo, já que apenas 250 permanecerão no hospital que será terceirizado e "quarteirizará" a mão de obra. "O medo de muitos é de que sejam transferidos para lugares distantes, como Casa Branca ou Santa Rita do Passa Quatro", diz Raquel. "Sem contar o assédio moral aos que se recusarem a sair". Segundo ela, do jeito que o Estado está privatizando a rede, não sobrará lugar para absorver os funcionários.

Ainda conforme a nota da secretaria, os servidores que atuam no Juquery e que “não quiserem continuar trabalhando na nova unidade serão remanejados para outras unidades do Estado e não haverá demissões, já que esses trabalhadores são concursados".

Pouca gente na cidade sabe sobre as mudanças apontadas pelo Sindsaúde e que o governo estadual paulista desconversa. Os usuários, ao saberem da notícia, ficam indignados. É o caso de Michelle Santos de Santana. Ela conta que no final do ano passado, seu filho de 10 anos fraturou o braço e foi levado a um ambulatório de um convênio, onde sequer fez exames. Com o passar dos dias, a mão do menino ficou cada vez mais inchada e ele passou a sentir muita dor.

“Levei então no ortopedista do Juquery. Ele foi grosso, mas competente. Localizou a fratura e tratou com cuidado. Dia sim, dia não, queria ver o menino para acompanhar se estava melhorando. Se não fosse ele, o caso tinha complicado e precisaria cirurgia e colocação de pino”, conta Michelle, que tem inúmeras histórias sobre o atendimento do complexo hospitalar público de Franco da Rocha.

“Uma amiga, aos seis meses de gravidez, foi para lá porque estava com dores. A criança nasceu logo que ela chegou”, lembra. “O medo de que o bebê não sobrevivesse era grande. Mas os médicos de lá prometeram fazer de tudo e fizeram mesmo. Hoje a menina tem dois anos, é forte e perfeita.”

fonte: Rede Brasil Atual – 10/9/2010

Em SP substituição tributária atinge 33 setores e consumidores pagam mais imposto

A pretexto de combater a sonegação fiscal, o governo paulista instituiu a política de substituição tributária que sufoca micro e pequenos empresários e inibe a concessão de descontos aos contribuintes. O mecanismo foi consideravelmente ampliado na gestão do ex-governador José Serra e continua a crescer. Até 2007, o governo paulista cobrava imposto por substituição em 10 segmentos. A partir de 2008, São Paulo iniciou a ampliação do regime, que se estendeeu para 23 setores. Hoje já são 33.

Com a substituição tributária, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) deixou de ser um tributo cobrado sobre o preço de venda do varejo ao consumidor final e passou a ser recolhido pelo fabricante após a venda ao comércio, o que pressupõe uma antecipação do imposto. O maior problema diz respeito à base de cálculo estabelecida na margem de valor agregado (MVA), que, superavaliada, não reflete o valor real de cada mercadoria e acaba gerando um aumento do imposto a ser recolhido.

A conclusão é que, ainda, que não tenha havido aumento da alíquota do ICMS, os fabricantes estão pagando mais imposto e, portanto, embutindo um imposto maior no valor de venda aos varejistas e, estes, repassando aos consumidores.

Tucanos paulistas fazem escola

Os governos tucanos, em sua sanha arrecadatória, usam, cada vez mais, deste meio de recolher mais imposto com o menor esforço.

O exemplo de São Paulo foi seguido pelos governos tucanos de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Nos últimos três anos, Minas passou de 19 para 38 setores com substituição tributária e no estado gaúcho, que até 2007 tinha 16 segmentos, hoje já são 40.

Baixada Santista espera há 10 anos por transporte integrado

Entre os muitos projetos tucanos que nunca saíram do papel, está o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da Baixada Santista. Uma das metas do PPA (Plano Plurianual) do então governador Geraldo Alckmin e também promessa de José Serra, a implantação do sistema ainda está longe de virar realidade.

O projeto do VLT veio para substituir o TIM (Trem Intermunicipal), um trem que ligava o centro da cidade de São Vicente ao subúrbio de Santos. Operou por alguns anos, até que, em meados de 1999, o sistema teve seus serviços interrompidos pelo governo estadual pela situação lastimável em que se encontrava.

Embora funcionando precariamente, o TIM absorvia uma demanda importante e era fundamental para os moradores da área continental vicentina. A população passou a depender exclusivamente do transporte rodoviário, com todos os problemas: superlotação, atrasos e altas tarifas.

O governo do Estado prometeu remodelar e modernizar o sistema substituindo o TIM pelo VLT. Foi criado um projeto que aproveitava a linha do antigo TIM, ligando, numa primeira fase, a área continental de São Vicente ao porto de Santos.

Este sistema incluía a troncalização das linhas de ônibus formando o SIM (Sistema Integrado Metropolitano) da Baixada Santista.

O governo de Geraldo Alckmin (2003-2006) chegou a orçar R$ 16,568 milhões para a implantação do SIM, mas nenhum centavo sequer foi realmente investido.

Passados vários anos de morosas negociações e estudos sobre o projeto, o governo estadual aprovou apenas uma modelagem de PPP, mas ainda não ocorreu a licitação, ou seja, não há nenhuma previsão de início para as obras.

O governador Alberto Goldman já anunciou que o projeto do VLT ficará para o próximo governo realizar, assim como o início das obras da ponte estaiada que ligará Santos a Guarujá e que chegou a ser “inaugurada” por meio de maquete por José Serra.

“Mal posso acreditar. Depois de todo o estardalhaço, das dezenas de reuniões, dos prazos anunciados, das audiências públicas e de muitas certezas, o governo do Estado recua e põe um fim ao que julgávamos ser sério”, indignou-se a deputada do PT Maria Lúcia Prandi.

Para o deputado Fausto Figueira, a melhoria no sistema de transporte coletivo na Baixada Santista é uma antiga e justa reivindicação da população local. “Esta integração é necessária e há tanto tempo adiada”, afirmou o deputado.

Leia a introdução ao livro que aloprou o Serra: Os porões da privataria



Os porões da privataria

Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.
Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …
Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se  der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).
O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York.  É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.
O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br,  em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia  do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para  Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria… 

Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1)A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2)As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

Montenegro diz que Dilma “quase nocauteou” Serra no debate da Rede TV! “Até eu que não morria de amores por ela estou começando a gostar”

Do presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, ao Poder Online, sobre o debate de ontem, da Rede TV!/Folha de S.Paulo:

Foi um debate muito tenso, mas acho que a Dilma Rousseff se saiu muito bem. Melhor do que os outros.
Primeiro, porque todos preferem formular perguntas a ela, e acaba que a candidata do governo tem muito mais exposição que os outros. O debate vira uma grande entrevista da Dilma.
Depois, porque ela soube lidar com as características de cada um dos adversários: brincou com as brincadeiras do Plínio de Arruda Sampaio; foi simpática com a Marina Silva, que é mulher como ela e participou do mesmo governo; e, sobretudo, encarou o José Serra com altivez.
No caso do Serra, a Dilma deu-lhe uma pancada que o deixou até meio desconcertado. Foi na hora em que ele falou do Irã, e ela respondeu que os EUA se deram mal em tratar os árabes com soberba. Ela conseguiu fazer a ligação entre a soberba americana e a soberba do Serra. Acho que ali ele quase foi a nocaute.
Por fim, essa história de quebra de sigilos, denúncias contra a sucessora dela no ministério, ataques sistemáticos… Isso tudo está tornando a Dilma uma vítima das elites. Ela está até ficando mais humana, mais simpática.
Eu mesmo, que não morria de amores por ela, estou começando a gostar. Ela está se mostrando mais preparada do que eu esperava.
E estou começando a sentir pena do cerco que a mídia está fazendo. Parece que esse negócio de democracia só é aceito por determinados setores quando eles estão vencendo…

http://colunistas.ig.com.br/poderonline/2010/09/13/montenegro-diz-que-dilma-quase-nocauteou-serra-no-debate-da-rede-tv-ate-eu-que-nao-morria-de-amores-por-ela-estou-comecando-a-gostar/

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Memórias do Saqueio: como o patrimônio construído com o trabalho e os impostos do povo paulista foi vendido
 
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